3 de agosto de 2025

Moldando a memória

Sobem ruas as meninas de agora
Passos firmes que o futuro as decora
Com fones ao ouvido e a alma no peito
Carregam o mundo num andar perfeito

Olhos de fogo, unhas vermelhas
Riem do medo, dançam centelhas
As mochilas pesam mais que a escola
Mas logo se vê quando o coração descola

Elas vêm, sem pedir licença
Têm a pressa e a calma na mesma sentença
Elas vão, como quem já sabe
Que o tempo corre atrás de quem não cabe

Nas calçadas de pedra e asfalto
Desenham seus nomes em salto alto
Sonham longe, falam forte
Que nem o céu controla a sorte

Elas vêm, sem pedir licença
Têm a pressa e a calma na mesma sentença
Elas vão, como quem já sabe
Que o tempo corre atrás de quem não cabe

E se um dia o mundo pesar demais
Elas seguram o sol com as mãos
E seguem, como se a dor fosse jazz
Improviso entre os corações sãos

Elas vêm e vão deixando história
Meninas de agora, moldando a memória


Sanzalando

Sem comentários:

Enviar um comentário