Perdi-me de amores em Moçâmedes, quando o tempo ainda corria devagar, quando eu não sabia que amanhã ia ser um futuro, quando o vento do deserto beijava o mar e eu ainda não tinha aprendido que o coração não cabe em fronteiras.
Era adolescência, era descoberta, eram os olhos dela refletindo as mesmas águas azuis que guardavam os barcos, era o sorriso dela que não sorria, era simplesmente ela. Eu não conhecia o naufrágio, nem a avalanche nem outros desastres que causassem despedida.
Hoje, ao lembrar, ainda sinto o calor da areia nos pés descalços, a brisa salgada que confundia saudade e esperança, e aquele instante eterno em que me perdi para me encontrar num agora de memórias feito.
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