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12 de outubro de 2008

num domingo qualquer eu te conto

Me vesti com roupa lavada que até parece é nova. Me atirei de casa para a rua movimentada dos passeios de domingo. Escolhi o restaurante que fica mais perto da praia com a mesa mais indiscreta de modo que eu lhe consiga ver toda. Ou quase.
Bebi a cerveja e atirei o meu olhar em todas as direcções. É hora de escolher a virtualidade que me acompanhará na refeição. É, depende de onde meus olhos vão parar assim eu escolho o que vou comer.
É domingo e não é dia de se comer assim numa de solidão solitária. E há que escolher a companhia, boa companhia.
O garçon já me perguntou umas tantas vezes se já escolhi. Não sei se ele se refere na companhia ou na ementa. Mas uma depende da outra e vice sem verso.
Meus olhos parece estão a ficar cada vez mais exigentes, ou cegos. Desconseguem fixar um objectivo definido.
Peço nova cerveja. Já comi um pouco de pão com manteiga. Continuo a fazer navegar os meus olhos na areia dourada da praia.
Acho hoje é mais um dia de comer na solidão.
Não, hoje não é dia de comer, pelo que paguei as duas cervejas, o pão e a manteiga e com os bolsos vazios regresso a casa.

Sanzalando

1 comentário:

  1. Interrogações em cascata, mermão, faz pensar o que há de errado connosco a ponto de retirar tanto prazer da mesma coisa que nos causa tanta dor?
    Beijos

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