Vou olhar-me ao espelho? Tentar recordar todas as caras que tive? Poucas ficaram na memória, umas esqueléticas a contrastar com outras a dar para a bolinha, todas sem qualquer significado marcante. Um cabelo negro farto, rebelde na risca ao lado, deu lugar a um grisalho reles de meio centímetro, vulgaridade. Umas orelhas que imitavam um aeroplano deram lugar a uns lindos pavilhões auriculares que cada vez mais se escusam a ser meros suportes de próteses oculares que escondam o olhar pagado do tempo feito.
Bah!
Olhar o espelho e pensar o que eu podia ter feito e que ficou por fazer numa qualquer estante da minha imaginação, já coberta de teias de aranha, pó fino de muitas cores em que mais tarde os arqueólogos se iram debruçar na tentativa de desvendar a minha existência, não me leva a remédios mentais.
Olho ao espelho apenas para me ver quando me tenho saudades.
Hoje vou é olhar para a janela.
Já sei que não vou ver nada. A neblina espessa continua a pairar no meu coração e as sombras escurecem-me a alma. Ponho as mãos magoadas sobre o frio vidro das janelas. Sinto alívio mas não o descanso de ter andado a escavar os alicerces da minha existência. Vejo a impaciência do vento como que se estivesse à espera que eu abrisse a janela. Ouço o silêncio do nada a toldar-me o corpo.
Toca o telefone. Eras tu. E tu. Tu. Tantos tus.
Sorri e passei a ter um dia feliz.
Bah!
Olhar o espelho e pensar o que eu podia ter feito e que ficou por fazer numa qualquer estante da minha imaginação, já coberta de teias de aranha, pó fino de muitas cores em que mais tarde os arqueólogos se iram debruçar na tentativa de desvendar a minha existência, não me leva a remédios mentais.
Olho ao espelho apenas para me ver quando me tenho saudades.
Hoje vou é olhar para a janela.
Já sei que não vou ver nada. A neblina espessa continua a pairar no meu coração e as sombras escurecem-me a alma. Ponho as mãos magoadas sobre o frio vidro das janelas. Sinto alívio mas não o descanso de ter andado a escavar os alicerces da minha existência. Vejo a impaciência do vento como que se estivesse à espera que eu abrisse a janela. Ouço o silêncio do nada a toldar-me o corpo.
Toca o telefone. Eras tu. E tu. Tu. Tantos tus.
Sorri e passei a ter um dia feliz.
Sanzalando
PODES CRER!
ResponderEliminarSÓ A ESPERANÇA É REAL.
ASSIM COMO O PASSAR DOS ANOS E O SILÊNCIO DE SONHOS FAZENDO-NOS COMPANHIA.O QUE TU PODIAS TER FEITO...FIZESTE!
OH SE FIZESTE!
APENAS AS JANELAS ONDE ENCOSTASTE AS MÃOS NÃO SE ABRIRAM.E NÃO FOSTE O PERDEDOR.
É COMO ESCREVER EM MAÍUSCULAS.
NÃO É CORRECTO, MAS ESCREVO!
BEIJINHOS
M.
Para "tu" que me fazes cá vir todos os dias, uma beijoka especial ... com ou sem silêncio, com ou sem cores....escolhes tu...
ResponderEliminarAnel
Adorei os lindos pavilhões auriculares... de facto tens que recorrer à lentes de contacto para nós podermos aprecia´-los em toda a sua plenitude!!!!!!!!!!
ResponderEliminarEspero que tenhas um dia muito especial, mas sai dessa janela, põe o boné de orelhas e sai para a rua... olha que sol tão bonito!
Espero dar-te os parabéns ao longo dos próximos 50 anos.
SJB
O grande amor da tua vida despertou radiosa e movimentada.
ResponderEliminarMas a chuva parecia estar à espera do teu dia! Cai agora em desespero como se sentisse a tua falta. Quem sabe o vento leva-te o cheiro molhado do teu amor e seja esse o presente que te guardou...
Um dia feliz conterra
AL
Num dia especial uma guitarrada especial http://www.youtube.com/watch?v=4WPck_e-iBA&feature=related
ResponderEliminarConta bués! Beijo