Eu já voltava a parecer que me tinha encontrado depois de uns tempo de não saber de mim. O cabelo que estava branco se acinzentou, as rugas da cara se suavizaram num marcar de tempo acariciador e os olhos voltaram a ter brilho no olhar. Regredi na idade, recuperei a juventude, porque me sentia uma criança que tinha recebido uma sua prenda.
Um dia num avião, sentado enquanto fazia filmes de memória e imaginação, criava estados de espírito, calcorreando madrugadas passadas das noites não dormidas que fizeram com que eu lhe sentisse cada vez mais perto, mesmo lá em cima, não sei quantos pés de altitude.
De lágrimas escorrendo pela cara eu a abracei como se ela fosse uma coisa abraçável mal abriram a porta do avião. Parei na porta. Olhos fechados e inspirei tão fundo quanto podia. Acho recebi aquele ar pelos tantos anos sem lhe sentir.
Doía o peito e eu estava na minha terra. Caiu uma lágrima embirrenta.
Abri os olhos e olhei para o lado, instintivamente, mas não eras tu que estava ali segurando o meu braço, prevenindo qualquer acidente de percurso e soluçando por solidariedade. Tinhas-te esquecido de mim e eu já fazia tempo não me lembrava de ti. Mas ali, naquele instante, vieste-me à memória como que eu estivesse a me vingar. Eras mesmo passado… e eu não estava ali a sonhar, era mesmo realidade. Por ti tinha-lhe abandonado e sem ti estava regressado.
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