Enfim, por acasos da vida dei a volta à mesma e continuei na constante mudança em busca da alegria que tinha perdido já quase sem me lembrar que fora por amor adolescente.
Mudei de casa, mudei de rua, mudei de cidade. Não consegui mudar o que sentia. Não por ti, por ela. Mas continuei porque eu sabia que a vida não se ia esquecer de mim. Podia tentar mas ia ter que lutar muito para conseguir levar a sua avante. Talvez tenha aprendido contigo a ser teimoso, insistente e querer com força de quem quer mesmo. Por isso escrevi cartas em papel pardo, cartas que escrevi para mim e que metia em garrafas de cerveja, que bebia num afogar de mágoas, e as atirava ao mar com a convicta esperança que um dia, pelo menos uma delas, chegassem no meu lugar para o lugar dos meus sonhos. Uma ou outra chegou, porque um ou outro sorriso recebi em troca. As kiandas estavam a me acompanhar, os deuses delas me protegiam, por isso eu aguentava as horas lentas de todos os dias mesmo quando sentia que faltava que o meu tempo fosse compartilhado com ela, porque eram apenas contactos pontuais, intermitentes os que íamos tendo. Mas isso fez com que eu já conseguisse esboçar um sorriso sincero, já conseguia ver para além do dentro de mim. Aos poucos foi crescendo uma corrente de energia e sinergias e eu já começava a sentir o que era ser metade feliz.
Sem comentários:
Enviar um comentário