Me sentei e disse:
- é este domingo um dia indesconfiavel para regressar e derramar as minhas letras transformadas em palavras que o vento, as lágrimas, as dores sofridas na solidão, o inchaço que desenformou a minha cara numa assimetria disforme, não levou
Iniciei-me pelo gesto fingido de roer as unhas, vício que não tenho, hábito que nunca sofri, ao mesmo tempo que verifico se a minha mímica facial já é o que era e olho como que esperasse que as ideias se derramassem no papel, que já não uso, como uma mancha de tinta que se vai organizando em palavras sentidas no sentido possível de as ler coerentemente. Mas o papel teima em ficar branco. Imaculado.
Afinal de contas parece que ainda não é este o domingo indesconfiavel de regressar.
Penso no teu tempo, no teu perfume, na tua música. Penso-te e continuo de papel branco. Foges por entre pensamentos, rodopias por entre olhares que te deito num enamorar calado de ternuras.
Hoje é domingo, vou vestir a roupa mais bonita, vou olhar o mar e desde aqui vou-te acenar com um adeus de mão num movimento de quem te está a chamar.
Obrigada. Aguardava o post. Nada promete mas eu esperava as palavras e um domingo é um dia santo para que palavras sejam abençoadas e gestos sejam repostos.
ResponderEliminarHoje andei por aqui e acolá, lendo o ano 2009 e também 2010 e achei delicioso tudo o que li. bem haja.
perdão, o ano 2008, aí sim, li mais do que em 2009.
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