Tento esconder o meu pudor, esquecer o passado e reinventar o meu corpo, desta feita na perfeição e proporcionadamente num conjunto que seja perfeito. Sinto a força nos braços, não é o que era mas também não foi nunca grande coisa, as curvas do corpo não foram esculpidas num ginásio mas arredondas em roda de amigos, o passado não foi destino mas apenas uma fracção da vida. Perder o pudor para quê? Fugi por amor, um qualquer dos tantos que já perdi. Corro por amor, um tonto corre por coisa nenhuma.
Seja como for, sinto as minhas mãos na tua cintura, mesmo que ela esteja para lá da linha que nos separa. Ouço as tuas palavras mesmo quando sei que estás calada.
Na verdade nem o passado está comprometido nem o futuro é comprometedor.
Temos as nossas vidas que às vezes se cruzam num xadrez que um dia será padrão, tema, divergência na conveniência ou apenas uma forma de estarmos juntos num alegre sunguilar, debaixo duma mangueira ou mesmo só à torreira do sol a recordar todos os tempos que não passamos juntos.
Um dia renasceremos um para o outro. Há quem tente dizer que talvez não e eu teimo em mostrar que talvez sim.
Pois então, vou fazer mais como para saciar esta sede que te tenho?
Bebendo. Sonhando. Renascendo.
ResponderEliminarNão desista de teimar, que talvez sim. A esperança e a teimosia são irmãs e estão no talvez...
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