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5 de março de 2014

até às lágrimas

Com ar de quem quer rir me dizes para escrever nostalgia, dor e sofrimento. Mas eu esqueci essas palavras e acho foste tu quem me disse como soletrar outras bem diferentes. Assim, no meio de reticências, franzindo o sobrolho, assobiando para o lado, perscrutando a alma, reconheço que ser feliz é reconhecer que vale a pena estar vivo mesmo no equilíbrio instável, com o esqueleto com espírito de ser o autor da própria estória, atravessando desertos e vendo oásis para lá das miragens, acreditar no milagre de acordar, de sentir os sentimentos e saber que a crítica pode existir mesmo que injusta.
Com ar de quem me faz rir me pedes lágrimas e eu só me lembro que a solidão só me era benéfica porque me afastava dos problemas, não os acabando, das decepções, escondendo-as e das pessoas, afastando-as e que mesmo assim não sequei as lágrimas, apenas calei palavras de silêncio. 
Fiz-te chorar até às pedras da calçada? Mas a verdade é que não podes dizer que não tentei, porque tentar eu tentei, mas já não sei.


Sanzalando

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