Ontem fez sol e me lagartei na praia abrigado do vento forte que suestou, só mesmo para me irritar, despentear e quem sabe ver se eu me arrependia de lagartar.
Aproveitei e da poesia fiz aventura, fotossíntese de equilíbrio do meu ser físico e do que existe para lá da minha vagabundagem mental.
Reflecti. A minha sombra se compridou na calçada, rumo ao desconhecido, ignorado do tempo mas crescendo com ele.
Pensei e recheei-me de saudades mesmo estando ao teu lado pelo que falámos a tarde toda e acho resolvemos o problema do mundo mesmo que ninguém tenha sabido.
Fiz-te um poema que debitei enquanto dormitavas e absorvias o sol:
Às palavras desperdiçadas
juntei olhos esbugalhados,
ondas do mar que não se desfizeram na praia,
carícias que não dei,
sons que não emiti,
constelações que não conhecia
e beijos que não dei.
Às palavras caladas
juntei ventos fortes,
cantei o bem me quer,
misturei o meu temer
e soletrei amor.
A todos os silêncios
juntei amor,
embrulhei
ofereci-te
e sussurrei:
com amor!
Sanzalando
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