recomeça o futuro sem esquecer o passado

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30 de novembro de 2016

o tempo que temos

Sentado a olhar o mar. Um café quente para aquecer um corpo frio. Um olhar distante para ver mais longe. Um sorriso na cara para gargalhar a alma. Eis-me vendo o outono daqui num verão de lá.
A espuma branca se espraia no areal como manta cobrindo a areia fria dum cacimbo que não sei onde nasceu.
Gaivotas voam paradas no contra corrente de vento, adivinhando uma tempestade que não sei foi prevista ou por mim só inventada para colorir o meu pensamento.
O zulmarinho parece um pasto azul de carneirinhos brancos. 
Eu continuo sentado porque o vento invade-me na preguça de caminhar. Vagueio de pensamento em pensamento não vá o tempo esgotar de tão mau que está.

Sanzalando

29 de novembro de 2016

falando coisas sérias para variar

Interrupção. Paragem. Preguiça. Ocupado muito. Vendas. Recolha de informação. Preguiça. Paragem. Trabalho. Tanta justificação a dar para o silêncio que por vezes cai neste catinho onde a nostalgia não é tristeza, onde a saudade não é mal estar, onde a lágrima não é choro e onde os silêncios das palavras escritas traduzem o marulhar dum mar que inventei.
Continuo a ver o voo suave das borboletas, o ondular das flores nos jardins dum outono pesado, o brilho do sol fraco que caminha para inverno. Mas às vezes o trabalho, a preguiça sobressaiem â desvontade de saborear o salgado perfume do zulmarinho da minha imaginação.
Morreu Fidel. Viva Fidel.
Angola está um caos. Viva Angola do presente que caminha para o futuro, tal e qual é, sem mexer em nada que amanhã vai crescer e ficar irreconhecível aos olhos de hoje como o é aos olhos de ontem e muito mais aos de ante-ontem,
Caiu um avião. Quem manda os homens inventarem coisas que voam e podem cair. Destino, Azar, palavras em silêncio para sentir.
Sorrindo vejo que o dia nasceu lindo.

Sanzalando

23 de novembro de 2016

silêncios e momentos

Eu sou feito de silêncios a que junto momentos e chamo vida. As minhas palavras são pensadas, no silêncio de quem tem muito para dizer, nos momentos que servem para viver. Silêncios e momentos, nenhum é por acaso, nada é por acaso. Os silêncios e os momentos, a gosto ou a contra gosto, perfeitos ou imperfeitos, seguem o seu rumo, seguem a minha vida, felizmente.


Sanzalando

21 de novembro de 2016

parou de chover

Parou de chover. A areia da praia está húmida, brilhante, cola.se aos pés como nunca. Caminho com esforço tentando calar esta minha vontade enorme de caminhar mesmo que seja para lado nenhum. O tempo não pára de avancar. Aumenta a vontade de o parar. Caminho meditando calado ou soletrando versos soltos que me vêm ao acaso à memória. É preciso ter uma grande memória para ter memória. Passos curtos na areia, pensamentos divagantes na cabeça e no coração a tranquilidade de ter feito o que sempre quis.
Parou de chover e eu não paro de caminhar mesmo que seja a quilómetros do meu pensamento, do meu querer e do meu estar.
Parou de chover, as minhas pernas não param e o meus ouvidos ouvem o silêncio do mar por trás do marulhar.

Sanzalando

19 de novembro de 2016

caminhar

Olha para mim a olhar o mar. Lá longe tem a linha recta que é curva. Me aproximo dele e ela se afasta. Por mais passos que dê ela está à mesma distância de mim. Não desito. Continuo a caminhar. Parece utopia mas é assim a realidade, é um não parar, é um não desistir.

Sanzalando

17 de novembro de 2016

0006

Como posso esculpir um sorriso sem ter que usar um martelo ou outra violência? JCCarranca reflectindo sentado na calçada


Sanzalando

15 de novembro de 2016

olho o mar

Olho o mar e vejo-o calmo. Se estivesse na minha terra eu diria que estava a ver o ondular do deserto. Mas aqui ele é azul e lá é amarelo. Ambos de perder de vista, mas agora ambos calmos e eu dou comigo a pensar que sou brigão, exageradamente rufia, por vezes bruto e outras tantas vezes exagerado.
Olho o mar e dou comigo a pensar que preciso de um porto de abrigo, um ombro solidário, uma carícia que afague as minhas debilidades, que alise as minhas irregularidades mentais e me segure do medo.
Olho o mar e dou comigo a navegar nas areias sem fim, a correr em vão em busca dum prémio que não existe.
Olho o mar e vale a pena meditar sobre os meus pés calejados, sobre as vidas vividas e os abraços dados. 



Sanzalando

14 de novembro de 2016

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Com as nossas escolhas definimos quem somos. JCCarranca reflectindo sobre a lua cheia

Sanzalando

13 de novembro de 2016

na areia da praia

Sentado na areia da praia me deixo a meditar que não importa o quanto é difícil, o quanto me atrapalho, o quanto eu me escondo da luz brilhante do sol, das quantas vezes que preciso recomeçar; apenasmente por combinei comigo em nunca desistir de mim.
Sentado na areia da praia medito nos anjos que não têm asas, mas têm a capacidade de me fazer sorrir, dos que me fazem ver, mesmo quando teimo em fechar os olhos, dos que acariciam sem terem que usar as mãos, basta usarem o olhar.
Sentado na areia da praia sorri quando encontrei o fim de uma qualquer estória: a tua chegada


Sanzalando

12 de novembro de 2016

0004

Eu tenho medo das pessoas que me fazem feliz. São as únicas que me podem fazer infeliz. JCCarranca reflectindo sob o quarto crescente

Sanzalando

11 de novembro de 2016

deixo passar a vida

Me apetece deixar a vida passar na sua vagarozidade de quando a gente não tem tempo nem para coçar quanto mais para pensar. Mas mesmo assim lhe deixo passar sabendo que não existe vida para lá do amor. Pode não ser físico, metafísico ou carnal (vegetariano também sente amor). Mas deixo passar porque vivo sabendo que o que falta vai ser saboreado, degustado, doce ou salgado, mas será a minha vida com qualquer tipo de letra, grande ou pequena.
E deixo passar a vida porque amo, sóbrio, de manhã à tarde e à noite, às vezes também na madrugada da insónia. Amo à chuva, com neve ou calor tropical. Amo nos dias fáceis e nos difíceis também.
Assim sendo porque não havia de deixar passar a vida?
Deixo passar a vida porque não sou dos que se pensam livres e estão presos nas prisões da emoção, da crítica, do medo e da observação social inatacável.


Sanzalando

9 de novembro de 2016

0003

Só a morte faz estagnar, por isso me mudo de vez enquando. JCCarranca reflectindo enquanto ascende o candeeiro


Sanzalando

8 de novembro de 2016

palavras autobiográficas

Despreguei-me do chão e dancei. Montei um sorriso e sorri. Fiz canções que cantei, musicais que inventei e outras cenas que me diverti.
Quem sou eu?
Quantas perguntas que não busquei respostas. Pensamentos vagos apenas.
Afinal de contas eu não sou mais que os filmes que vi, os livros que li, as estórias que inventei, sabendo que estas começam sempre por serem uma simples imagem vista por mim.
Todos, mas todos mesmo sem excepção, têm uma ou outra estória que não pode ser contada em voz alta, sem que a voz não se perca ou quebre. 
Eu danço. Eu sorrio. Eu canto. Mas tento sempre ser eu, vivalma de mim, sabendo que a tristeza a ninguém pertence. 


Sanzalando

7 de novembro de 2016

0002

Não espero uma convulsão para saber o que é certo ou errado. JCCarranca reflectindo sob o chuveiro

Sanzalando

5 de novembro de 2016

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Noite cerrada ao fim de tarde. Desconsigo habituar-me a estas mudanças de hora. JCCarranca reflectindo enquanto sobe a escada do sotão


Sanzalando

2 de novembro de 2016

Agradeço-te Cristina


Quantas vezes eu terei pensado que era uma tragédia ser eu?

Quantas vezes pensei porquê eu?
Eu... ser colectivo (porque individual não sobreviveria), sou um felizardo que às vezes tem dúvidas, que às vezes se engana, que às vezes erra crassamente mas que sabe sentir-se feliz, que sabe sorrir e sabe agradecer mesmo quando lhe faltam as palavras e os sentimentos os mostra na face, no olhar e no sorriso assim sem jeito.
Eu... ser colectivo (porque sem saudade não tinha memória), mesmo que às vezes a saudade não tenha pernas para acompanhar a recordação vaga, sei que fizeste mais do que eu merecia. Obrigado



Sanzalando

1 de novembro de 2016

Eu agradeço sem vocabulário suficiente

Queridos amigos, agora que as pernas deixaram de tremer, que os braços já me obedecem e o cérebro já reiniciou a sua função, embora ainda um bocado nas nuvens ou nos anéis de Saturno, depois de 4 dias, a contar do meu aniversário, a 28, e termina num agora lento e paulatino tempo de mensagens a frases soltas, venho agradecer num sincero agradecimento os que perderam tempo a felicitarem-me. Por vocês e com vocês o meu dia foi especial, alegre e de várias formas aqueceu o meu coração e reforçou o meu sorriso. Quem tem amigos como vocês tem de certeza alegria, amor e conforto.
De coração: obrigado.

No dia 29, num dia carregado de emoção, não tenho vocabulário, nem em número nem em qualidade que permitam fazer justiça ao meu agradecimento e na dúvida ao merecimento meu. Foi uma homenagem de valor inestimável que dezenas de pessoas fizeram ao arrumador de palavras e estórias soltas e vadias, que simplesmente anda por aqui a aprender a escrever. Com todo o carinho e de coração, e pelo resto da minha vida agradecerei. Refiro aqui apenas o nome das Dras. Isilda e Ana Fazenda, ao José Rebelo, Fernando Pereira (Karipande), Clube União Portimonense, esquecendo de mencionar todos os que fizeram daquelas salas um lugar minúsculo.

Neste período não posso esquecer de agradecer ao meu editor Nuno Campos Inácio, ao Clube União Portimonense no seu todo e no particular, à Ana Cristina Inácio, São Correia, Ângela e Xana e aquelas mãos anónimas que deram vida e fizeram desta festa uma flor bela e perfumada no jardim da minha vida.

No dia 30, à família Vidigal e Miguel, nas pessoas do Sr. Emílio, D. Graça, D. Vitorina, Pedro e Matheus; à família Frota nas pessoas do Walter e Cláudio, aos Carranca Marques, na pessoa da minha irmã Isabel, seu marido Fernando, filhos Rodrigo e Diogo e as namoradas destes dois, ao Casas Novas e sua esposa Victória, ao meu colega e amigo Alvarito Pacheco, ao Júnior e Ricardo Carranca, Sara Feliciano e Mariana, lhes dizer obrigado não é suficiente para agradecer o momento criado, lhes estendo as minhas mãos para o que precisarem.

Difícil mesmo vai ser transmitir, com palavras simples que sei, à Cristina Vidigal, não só o que por ela sinto, em amor e carinho, a presença nos meus pensamentos, por todos os momentos criados, por instantes atrás de instantes, conseguindo fazer HISTÓRIA, encenado um conto de fadas que vivi por dentro.
Agradeço tudo o que fizeste por mim, por me ouvires e aconselhares, por me surpreenderes e ensinar a existir.

A cronologia aqui posta é mesmo só para me orientar num futuro, pois tudo foi um conjunto de felicidade.


Sanzalando