Olhei na janela e vi o tempo. Havia uma janela de tempo para não fazer nada e eu aproveitei. Enquanto nada fazia o meu pensamento me deixou e foi vagabundar por aí, mesmo à toa, como se fosse barco na deriva. Dessegurei de todo. Fui só a lhe ver como se lhe olhasse de longe. Ele me viu criança a brincar com crianças, a sofrer brincadeiras que hoje eram crimes, a fazer corridas que hoje são perigosas, sobre patins e sem capacetes, cotoveleiras ou raio que fosse. Ele seguiu a adolescência, os cigarros fumados à escondida e depois descaradamente abusando a liberdade da vadiagem. Ele cresceu em grandeza mas percorreu caminhos de subtileza. Eu deixei o pensamento solto na janela livre do tempo e me perdi num sono solto de janela escancarada.
Sanzalando
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