Olha só como o zulmarinho está azulinho que nem brilhante de muitas esmeraldas. Olha só como o vento sopra que nem vendaval a descer da montanha para ganhar balanço. Olha-me só para mim a sorrir porque não sei quando o mundo vai acabar e nem quero saber. Acho mesmo que com este tempo eu tenho de viver a minha vida e não a vida alheia ou desejada na solidão duma qualquer tristeza. Afinal de contas eu não me foco nas coisas externas, eu olho mesmo para mim e para aquilo que sinto, que vejo e desejo e assim cada dia da minha vida é um dia feliz. Não vejo a vida pelos olhos alheios. Gosto de sol e está sol. Detesto o vento e como está muito eu simplesmente me sento por aqui, abrigado, a ver a linha recta que é curva e ver filmes de imaginação, de saudade ou de invenção.
Olha só como o céu se continua no zulmarinho e nem parece que o vento está sanduichado entre eles. Olha só como a areia voa que nem picos a me ferrar nas pernas desnudadas de quem queria passear à beira mar e se sentou por aqui a ver, simplesmente a ver.
Olho para mim, para dentro do meu estar ou ser e escolho o que é melhor e vivo.
Vai-te vento que me despenteias e se não fizesse vento não sei se teria tempo para ver o quanto é bom o dia.
Vento de verão ou verão o vento que vai fazer?
Sanzalando