Como é que eu posso dizer-te as tantas coisas que nestes anos todos nunca te disse?
Acho tenho montanhas de palavras para te dizer, umas desarrumadas e outras bem aprumadas. Muito tenho que te dizer, mesmo que eu não consiga abrir a boca quando te vir. Estrangulei a minha alma em palavras por dizer. Enterrei o meu corpo nos buracos escuros do silêncio, não por medo, nem por vergonha, nem por qualquer outra razão que não a tu teres feito com que eu me calasse para ti num para sempre. Curioso é que até calaste o meu olhar de te ver.
Eras recta e dura. Serás ainda assim? Os cabelos brancos terão moldado o teu feitio num maleável modo de viver? Tanta curiosidade que se me acumula nos desejos que até tenho medo de um dia te olhar e não te reconhecer.
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