recomeça o futuro sem esquecer o passado

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31 de outubro de 2024

Tesourinho musicais 18 - Conjunto Académico João Paulo


Sanzalando

Programa 41 - K'arranca às Quartas

Programa de Rádio com palavras, livros e música  - 30 de Outubro de 2024. 

tal e qual como se fosse em directo
Hoje falamos de sonhos, ouvimos música, a crónica ou coluna ou lá o que é que aquilo é, os tesourinhos Musicais que foram, Conjunto académico João Paulo, dos Maias e do Eça de Queiroz . 

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recapitulando

Matiné do Eurico. Talvez seja Marisol ou Joselito. Quem sabe eu tenha sorte e dê o do Cantiflas. Pode ser mesmo só qualquer coisa que tenha legendas e eu perceba. Não quero filmes com sangue e mortes. Morte só se for por amor. Acho que vou comprar bilhete para o balcão. Lá em baixo tem muita confusão e eu gosto de ver o filme no mais selecto sossego. Já sei que o filme é da Rita Pavoni e ela vai para o convento. Já sei eu vou chorar que nem ela. Ou será o Gianni Morandi a ir para a tropa e deixar a sua amada em terra. Non sou Digno de ti, mas em italiano que eu sou sei dizer e não sei como se escreve. Mas de qual destes todos eu gosto mais? Se eu não tivesse medo ia dizer que venha o diabo e escolha. 
Como é bom vir à matiné do Eurico no Domingo à tarde. Até parece a música do Nelson Ned. Te lembras como o guarda costa lhe tirou do palco, até parecia ele era criança? Que voz que ele tinha. 
Como é giro este cinema de balcão e plateia. Imagina os gajos lá em baixo levarem com papeis desde cá de cima. Mal comportados. 
Mas ainda não é domingo.

E tudo isto vem a propósito que no Domingo fui ao Cinema ver Os Papeis do Inglês e lá só estava gente que ia ao cinema do Eurico



Sanzalando

30 de outubro de 2024

Microfone Livre 05 Graig Rogers - K'arranca às Quartas


Sanzalando

Crónica 30 - Kárranca às Quartas


Sanzalando

Os Maias - Eça de Queiroz no K'arranca às Quartas


Sanzalando

tempos

A gravidade me curva como que apelando para que eu desça à terra e me horizontalize num eterno descanso. Contrariando a força do tempo, resisto e insisto que a vida é mais longa que a que tenho pelo que sobre a coluna vertical me seguro. O tempo parece que desaparece num exótico tempo de rapidez mal gasto, numa estrutura construída pelo próprio tempo, brilhando na juventude e empalidecendo em cada tempo usado que até parece descorado em pastel exoticamente mal definido.
O tempo, eterno enquanto dura e volátil quando deixado por sua conta e risco.


Sanzalando

29 de outubro de 2024

divago-me

São assim tantas de uma manhã de outono. Desde que me mudei para este aqui eu sinto as quatro estações do ano e alguns apeadeiros. Tem dias que estão as quatro ali nessas horas. 
Se achas que eu vou chorar o tempo das duas estações te enganas, porque a minha mãe mãe trabalhava na dos Caminhos de Ferro e passava a pé, todos os dias, na dos Correios e eu agora não vou mudar o mundo só por causa dessas estações. Tinha calor e tinha cacimbo e de vez em quando chovia. Frio era bué. Vendo bem as coisas os frio de lá é o calor daqui ao fim de tarde. 
Eu seu que me vulnerabilizei. Coisas que o tempo faz. No outono caem as folhas e eu caio de sorriso fechado no cinzento dia que tenho pela frente. Vou fazer mais como para não mostrar a minha dor? É, não lhe desvio o olhar e sigo em frente faz de conta é sempre verão, e verão que as coisas alegres acontecerão. Se assim não for hoje vai ser amanhã, ou depois.
Deixa só seguir as estações. Do ano ou do comboio, tanto faz desde que eu ganhe tempo para ter tempo sem fazer nenhum.


Sanzalando

28 de outubro de 2024

escrevo-me em dia de aniversário

Hoje é o meu aniversário e parece-me esquisito estar aqui a falar para mim mesmo, desenhar palavras para mim. Há quanto tempo eu não me escrevo ou eu não leio o que escrevi faz tempo? Na verdade, eu nem sei se gosto de me escrever e muito menos de me ler.
É estranho. Uma forma de ser feliz mas ao mesmo tempo uma forma crítica de me ver. Distorço-me, desfaço-me, desprego-me e nem parece fui eu quem me escreveu.
Será que quando eu me escrevo eu estou a pensar em mim ou sou simplesmente eu a pensar e eu não me conheço como leitor? Será que escolho as palavras que gosto de escrever e não as que eu gosto de ler? Ou simplesmente escrevo sem ter em conta que sou eu quem vai me ler? Será que me dou folga quando me escrevo e faço-me outro?
Tive muito tempo para me pensar nesse passado que vai longo e não tive tempo para me concluir. Acho mesmo que embora o tempo passe eu desconsigo saber quem me escreve, quem sou e quem serei. Sei apenas quem fui.
Desejo só que eu esteja bem, feliz e que segure as minhas recordações como forma de ser, como forma de estar e como serei.
Feliz aniversário para mim.


Sanzalando

26 de outubro de 2024

abraço congelado

Fica fechado na minha cabeça, no armário da memória, na prateleira dos arrependidos aquele último abraço que não te dei. Não sabia que me estavas a dizer adeus. Não imaginava que estavas a mandar-me embora de coração destroçado mas ar altivo para um sempre que vai quase na metade de um século. Pensei era mais uma das tuas caras de até amanhã que hoje estou zangada. Estranhei-me que um dia, outro e outro se passaram marcados por silêncio.
Tentei falar-te mas o silêncio e a ausência eram sólidas evidências.
Fiquei comum aperto do peito, uma dor nos braços e umas lágrimas nos olhos.
O tempo foi passando. O silêncio manteve-se. A dor no peito foi-se aliviando até ao ponto de eu já não lembrar mais, os braços fizeram outros movimentos e deram outros abraços. O tempo lento ia andando como que novos caminhos fossem desenhados na minha cabeça. Uma ou outra madrugada, um ou outro momento de solidão, vinha-me à memória a vontade daquele abraço que não dei.
Congelado no tempo ainda encontro esse tal abraço, conservado e pronto para ser usado. Como é possível que o tempo de conservação seja tão longo quando o abraço foi desperdiçado no esquecimento de há quase um século?


Sanzalando

24 de outubro de 2024

Programa 40 K'arranca âs Quartas

Programa de Rádio com palavras, livros e música  - 23 de Outubro de 2024. 

  tal e qual como se fosse em directo
Hoje falamos de outonos, ouvimos música, a crónica ou coluna ou lá o que é que aquilo é, os tesourinhos Musicais que foram, Madalena Iglésias, do livro falámos de Veríssimas e Luís Fernando Veríssimo. 

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eu e o outono de agora

Sinto o outono entrar em casa. O jardim avermelhou-se e as flores desapareceram. O perfume a terra húmida sobressai. As pessoas circulam caladas num parece introspectivam. As plantas preparam-se para o inverno. As pessoas se aquecem de carinhos como que adivinhando a solidão dos meses frios. 
O outono renova-se a cada ano. Não sei, pois não tenho estudos para isso, mas parece está fraco, empalidecido em relação a outros outonos. Ou será só os meus olhos cansados que já não enxergam como Outrora?

Sanzalando

23 de outubro de 2024

És musa

Atraente não são as curvas bonitas do corpo,
mas sim as curvas bonitas da alma.
Lindo mesmo é o olhar.
A transparência do sentir,
a lucidez do ver,
a suavidade do paladar,
a volta do vir
sem ter que olhar

És a musa que inspira.

Quem me dera ser o colo que te recebe.
Quem me dera ser a carícia que te dou.
Quem me dera ser o amor que te tenho.

És a musa que inspira

Cabelos ao vento
cabelos apanhados
livre pensamento
os que tenho pensado.



Sanzalando

22 de outubro de 2024

tormentos de quietude

Se a alma está cansada vamos fazer mais como? Dormir descansa o físico mas os pesadelos continuam a exasperar a alma. Ver o mar só num assim de estar faz virar o mar chão em calema. Olhar o céu azul faz virar o céu branco de construções de nuvens que parece é um aglomerado de confusas formas. 
Ficar calado o cérebro pensa pensamentos em forma de palavras e sobressalta a alma.
Fica só assim num canto, numa sombra da noite e deixa a alma repousar. Ela vai repousar nem que seja depois do cansaço. 
Se a alma está assim pensa no que lhe fizeste. Nada?! Se calhar foi isso. Não fizeste nada e ela se atormentou de quietude.


Sanzalando

21 de outubro de 2024

intimidade

Nada é mais íntimo que estar o meu silêncio a olhar para lado nenhum e desenhar sonhos numa mente que rapidamente se esquece.


Sanzalando

18 de outubro de 2024

E eis-nos novamente em queda livre ou voo planado

Circulando aos Quadrados numa Recta que é curva
o fim de uma trilogia

Já te disse não sei quantas vezes, talvez nunca directamente, mas deixei nas entrelinhas, o quanto eu te queria e desejava. Acho que o fiz de todas as formas possíveis e imaginadas, realistas e até abstratas formas usei.

Quem diria que iam passar séculos de silêncio e com a forte possibilidade de, não havendo trovoadas ou outras calamidades, serem outros tantos de silêncio desértico? Sabes aquele silêncio que pica nas pernas e que arrasta o cabelo de forma irritante para cima dos olhos.

Não imaginas as vezes que te imaginei encostada no meu peito a receber um afago ou um abraço. Quanto tempo demora um abraço? Os meus, imaginários duram a eternidade do silêncio e são tão calorosos como a profundidade do desconhecido fundo marinho. Te posso dizer que me deves uma vida, porque eu apenas sou corpo de um sonho sonhado na imaginação fértil de um adolescente que se perdeu na lonjura do tempo que passou depois do adeus.

O teu lugar favorito nunca o conheceste, porque nunca estiveste entre os meus braços naquele abraço.

Faço agora mais uma tentativa de encerrar um ciclo. Acho chegou uma hora de fechar uma porta e abrir outra, para seguir um caminho ainda não desenhado, porém desejado, por mim querido e ainda não encontrado. Não é tarefa fácil sair dum estado acomodado, dum pousio confortável, duns momentos felizes e importantes e começar do zero um outro incógnito e escuro, porque não tem esquisso, porque não tem com o quê de comparado nem testado. É totalmente novo ou então seria mais do mesmo.

Não vou precisar mudar de casa, de amigos, de lugar, de ares. É só mesmo mudar de palavras, de sentimentos escritos, de temas, de cores garridas tropicais para cinzentos outonais ou outras cores menos usadas. Há que mudar porque o mundo é feito de mudança.

Queria fazer as pazes dos meus pensamentos bagunçados, mesclados, mestiçados e pensar sem ansiedades nem despedidas, sem lágrimas nem saudades. Queria ter as palavras despidas de mim, ditas por um alguém que usasse as minhas letras.

Está na hora de fechar essa porta e voltar a um presente que embora passado tenha futuro.



Sanzalando

15 de outubro de 2024

futurologia

Gostava de escrever uma carta como escritor de papel passado e certificado no bolso. Mas antes disso eu tenho de aprender a escrever. Não. Não é o mesmo que ler. Ler a gente ouve as palavras que o outro escreveu. Eu queria mesmo é que estivessem a ler as minhas palavras ditas num papel de livro. Assim como que um livro não é uma catrefada de palavras escritas numa molho de papel. O falar a gente diz e as palavras vão embora e se perdem no ar, No livro estão ali. Podem sempre ser buscadas sublinhadas ou riscadas. Cada palavras é um pedaço de mim ali tatuado de forma eterna. Risos, pensamentos ou tristezas e emoções ali gravadas.
Mas quem sou eu para escrever um livro que fale de mim e da resma de coisas que tenho dentro de mim? Quem sou eu para quebrar o silêncio da minha existência apagada ou deslustrada pelo tempo que passa?
Sim, eu sei que sou o melhor escritor que tenho dentro de mim, mas quem me faz escritor seria quem um dia me leu.
Nesse futuro incerto que teve um passado em que registei nas palavras que um dia gravei numa folha de papel já não com tinta de chumbo nem caracteres postos uma a um como no tempo em que os livros hoje tenham cheiro a pó, nem com os vocabulários da literatura erudita, sublinhados e grafitados por cima numa linguagem mais simples dirão que eu tinha o estilo característico de mim mesmo. As palavras são a cópia dele. Futurologia.


Sanzalando

7 de outubro de 2024

porque escrevo

e eu me pergunto: porque escrevo?
um dia, quando souber escrever, depois de muito treinar e muito deitar fora, eu vou escrever. É claro que vai estar o eu de mim nas palavras que eu escrever, mas eu vou só fazer de conta que nem sou eu que me estou a limpar de forma solitária.
abstraído do ruído do mundo encerro-me em cada palavra e, com sentido, vou me transparentizar numa forma de desenho que em vez de traços e pinceladas, leva letras e frases feitas a desfazerem-se em sentido. deixa só aprender a escrever direito, assim como que nem os clássicos, os modernos e vanguardistas, e vou levar-me livro dentro que nem fantasma encarna no corpo do leitor. Se não tiver leitor fica só encarnado na capa até que apareça um num futuro qualquer se ainda houver mundo. 
o livro que eu escrever é para ser lido lá mais para a tardinha, quando o mundo estiver sossegado, quase depois do pôr do sol e antes do cair da noite escura.
mas porque escrevo agora se é para ser lido só nessa tarde quase noite?
descomplica-me. Tem gente que gosta e tem gente que nem vai ver. Um dia num acaso alguém vai abrir e me vai desnudizar as palavras que eu agora escrevi. Vai dizer ele estava assim e assado e coisa mais que tal. Quem ler vai ter a liberdade de pensar que nem como eu, ou diferentemente. É livre de ler como entender, da mesma maneira que eu escrevi livre e transparente. Igualdade, fraternidade e liberdade, são as letras que formam as minhas palavras, que fazem as frases e depois os parágrafos e por aí fora que nem lembra ao diabo. Mas escrevi. Eu escrevi. Agora só falta tu, você, alguém, ler para dar continuidade ao texto. Sem leitor ele para aqui.


Sanzalando

2 de outubro de 2024

Microfone Livre 02 - K'arranca às Quartas


Sanzalando

Ruy Duarte de Carvalho - K'arranca às Quartas


Sanzalando

Crónica 26


Sanzalando

tesourinhos musicais 14 - Blusões Negros


Sanzalando

Programa 37 - K'arranca às Quartas

Programa de Rádio com palavras, livros e música  - 02 de Outubro de 2024. 

  tal e qual como se fosse em directo. Hoje falando de Ruy Duarte de Carvalho, da felicidade e do poder ser feliz, muita Música da lusofonia e outras tantas palavras mais

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