recomeça o futuro sem esquecer o passado

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18 de outubro de 2024

E eis-nos novamente em queda livre ou voo planado

Circulando aos Quadrados numa Recta que é curva
o fim de uma trilogia

Já te disse não sei quantas vezes, talvez nunca directamente, mas deixei nas entrelinhas, o quanto eu te queria e desejava. Acho que o fiz de todas as formas possíveis e imaginadas, realistas e até abstratas formas usei.

Quem diria que iam passar séculos de silêncio e com a forte possibilidade de, não havendo trovoadas ou outras calamidades, serem outros tantos de silêncio desértico? Sabes aquele silêncio que pica nas pernas e que arrasta o cabelo de forma irritante para cima dos olhos.

Não imaginas as vezes que te imaginei encostada no meu peito a receber um afago ou um abraço. Quanto tempo demora um abraço? Os meus, imaginários duram a eternidade do silêncio e são tão calorosos como a profundidade do desconhecido fundo marinho. Te posso dizer que me deves uma vida, porque eu apenas sou corpo de um sonho sonhado na imaginação fértil de um adolescente que se perdeu na lonjura do tempo que passou depois do adeus.

O teu lugar favorito nunca o conheceste, porque nunca estiveste entre os meus braços naquele abraço.

Faço agora mais uma tentativa de encerrar um ciclo. Acho chegou uma hora de fechar uma porta e abrir outra, para seguir um caminho ainda não desenhado, porém desejado, por mim querido e ainda não encontrado. Não é tarefa fácil sair dum estado acomodado, dum pousio confortável, duns momentos felizes e importantes e começar do zero um outro incógnito e escuro, porque não tem esquisso, porque não tem com o quê de comparado nem testado. É totalmente novo ou então seria mais do mesmo.

Não vou precisar mudar de casa, de amigos, de lugar, de ares. É só mesmo mudar de palavras, de sentimentos escritos, de temas, de cores garridas tropicais para cinzentos outonais ou outras cores menos usadas. Há que mudar porque o mundo é feito de mudança.

Queria fazer as pazes dos meus pensamentos bagunçados, mesclados, mestiçados e pensar sem ansiedades nem despedidas, sem lágrimas nem saudades. Queria ter as palavras despidas de mim, ditas por um alguém que usasse as minhas letras.

Está na hora de fechar essa porta e voltar a um presente que embora passado tenha futuro.



Sanzalando

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