São assim tantas de uma manhã de outono. Desde que me mudei para este aqui eu sinto as quatro estações do ano e alguns apeadeiros. Tem dias que estão as quatro ali nessas horas.
Se achas que eu vou chorar o tempo das duas estações te enganas, porque a minha mãe mãe trabalhava na dos Caminhos de Ferro e passava a pé, todos os dias, na dos Correios e eu agora não vou mudar o mundo só por causa dessas estações. Tinha calor e tinha cacimbo e de vez em quando chovia. Frio era bué. Vendo bem as coisas os frio de lá é o calor daqui ao fim de tarde.
Eu seu que me vulnerabilizei. Coisas que o tempo faz. No outono caem as folhas e eu caio de sorriso fechado no cinzento dia que tenho pela frente. Vou fazer mais como para não mostrar a minha dor? É, não lhe desvio o olhar e sigo em frente faz de conta é sempre verão, e verão que as coisas alegres acontecerão. Se assim não for hoje vai ser amanhã, ou depois.
Deixa só seguir as estações. Do ano ou do comboio, tanto faz desde que eu ganhe tempo para ter tempo sem fazer nenhum.
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