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10 de agosto de 2008

hora da sesta

Me estendo na areia escaldante deste final de zulmarinho. É a hora da sesta porque o sol morde as costas e provoca assim um cansaço em que o sono e a vigília se misturam numa salada de inconsciência em que até apetece dizer novas poesias.
È nesta hora que surgem novas palavras em outras tantas vozes dentro da gente, umas carregadas de cor outras assim num tom de cinzento parvo, em que se ouvem ecos de silêncio agonizante misturados com surdos gemidos, ecos do subconsciente.
É nesta hora que a cabeça entra de fantasia noutras épocas em pensamentos delirantes de outras liberdades.
Me estendo na areia como que pintado de palavras poéticas de delírios, de ideias naufragas de inspiração e se me afasta a audácia e entro no pântano da obnubilação.
É só porque é a hora da sesta e depois no despertar serei invadido de insustentável imaginação para rescrever os poemas mortos que nunca tiveram vida.

Sanzalando

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