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13 de fevereiro de 2009

Foi aí, que eu tinha sonhado

Na última vez que divaguei, soletrei as letras do teu nome numa cadência de dor e lágrima de saudade. Hoje, duma forma assim como inesperada, sem que eu tenha pensado em passar por ela alguma vez, tomei consciência que até os sonhos podem ter um fim, mesmo que eu não perca a capacidade de sonhar. Acho que irremediavelmente te perdi para sempre. Simplesmente assim. Me disseram que perdi a paixão. Aliás, me disseram assim num textualmente: não se vê já a paixão nos teus olhos. Me calei e vim para casa matutar. Irremediavelmente, que até eu nem vi mais paixão nos meus olhos. Te busquei em todos os meus cantos, deambulei por mundos, até pelos desconhecidos na tua procura. Visitei lugares que nem eu sei se existem. Percorri silêncios. Não estavas lá.
Foi aí, nesse instante que eu me senti assim que nem Adão quando foi expulso do paraíso. Abandonado e ao mesmo tempo preso no desamparo de uma mão aberta que se soltou no vento.
Foi aí que eu vi que já não tinha conversas sussurradas nas palavras comidas a meio, que os sorrisos se tinham acabado.
Foi aí que eu vi que se me tinham acabado as imagens que eu fazia de ti.
Foi aí que eu percebi que se tinha ido uma parte importante de mim e que me vai ser difícil recuperar.
Depois nasceu o sol e eu já não me lembrava do que tinha sonhado.

Sanzalando

2 comentários:

  1. As nossas paixões, as antigas e as recentes, habitarão sempre nos corredores da nossa memória.
    SJB

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  2. Paixão vem e paixão vai. O importante é que elas não nos matam.

    Abraços

    Tânia M.

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