Amadureci. Cresci, sem saber bem em que é que isso possa ter sido importante quando afinal de contas eu sempre me senti um suplente, um transitório passageiro deste canto. Eu nunca me tinha sentido o actor principal da minha vida. Aos poucos fui-me transformando noutro, cicatrizando feridas, algumas de tal modo imperceptíveis que tenho apenas uma vaga ideia, outras ficaram bem feias que até arrepia quando lhes olho a razão. E foram-se passando sucessivas férias de verão e os seus amores foram com elas e em mim mais amadurecia o sentimento de despedida, a provisoriedade. Mais doía a ausência do meu chão sob os meus pés. Inexplicável. Enlouqueci, pensei eu. Às tantas eu já dava por mim a desejar desejar-te outra vez. Tantas e tantas vezes gaguejei ao tentar dizer o que é que sentia. As palavras não tinham sentimento nem iam embrulhadas nas lágrimas que eu para dentro chorava cada vez que tentava dizer o meu estado de alma. A terra me chamava, dizia eu carregado de medo da chacota que constantemente recebia. Eu acho eram momentos de nostálgica adolescência saltada.
Não consegui ter um momento apenas para mim, mesmo não deixando de correr a vida. Não a vivia, sobrevivia-a.
Não percebo nada desta numeração, mas prontus!
ResponderEliminarSJB