Me apresentei com o meu melhor ar gingão, fato de domingo, novo de acabado de passar a ferro, colei na cara um ar de quem sabe para onde quer ir e como o quer fazer e entrei no gabinete. Cumprimentos de circunstância e ar de quem quer distância. Me mandaram sentar. Falei as respostas das perguntas feitas parecia eram tiros de metralhadora. O ar de decisão estava colado na cara parecia era cola de sapateiro para nunca mais descolar. Opinei opiniões de ensaios feitos no espelho. Ouvi com os ouvidos mais atentos do mundo. Acenava sim e não com a cabeça, mostrava estar mesmo a par de todas as palavras ouvidas e ditas pela minha voz firme.
O meu ar gingão estava a ganhar peso na conversa, me soltava a língua e já dizia não com as palavras certeiras de quem não quer nem perder tempo.
E o tempo passou que nem relógio parece ter tido tempo de lho marcar.
Quando o meu ar triunfal se levantou para o aperto de mão de despedida quase caiu no chão, num estrondo ouvido lá para os lados dos morros o azuis. Me disseram num soletrar bem audível que sim mas não era nem preciso.
O ar gingão entrou no saco, a cola se descolou e a vida continuou num viver à espera que o tempo tenha tempo de ter um relógio a marcar a hora.
Sanzalando
Aquela coisa a que chamam entrevista. Dahhhh....
ResponderEliminarSjb