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14 de março de 2011

Parabens a mim que tenho amigos

Aderi às novas tecnologias e de phones nos ouvidos vou ouvindo uma e outra canção dos meus tempos de adolescente. Ouço o Baby Blue, Because I Love, outras que já não me lembro o titulo nem quem lhes deu vida. Vantagens das novas tecnologias associadas a velhas nostalgias. 
Me embalo no teu sorriso de quem adivinha que acabei de receber uma prenda, mesmo que não consiga ver a tua cara e nem tu a minha. Mas sabes, sorri, como se diz, de orelha a orelha numa felicidade de poder dizer que nem as milhas nos separam e como dizia um outro, os amigos ficam quando todos foram embora só porque chuviscou.
Me embalo no teu sorriso de contentamento de saberes que hoje adicionas mais um ano na tua pessoal contabilidade e eu não tive tempo, desculpas, de te enviar pelo correio um livro que ainda não escrevi.
Me embalo ao som dos Deep Purple no Smoke on the wather e me lembro que tu estás em casa a estudar e eu estou para aqui a vaguear no meio das mapundeiras que vieram ver o azul do mar que hoje carregou de pica pica e se encheu de castanho vindo do Bero abarrotado de lama desde lá do Virei.
Me deixo cambalear a cabeça num quase adormecer só porque me lembrei que tenho amigos e traquilamente ouço uma Muxima velha e sempre nova a bater-me no coração.
Parabens a mim que tenho amigos


Sanzalando

1 comentário:

  1. Sorri de carinho, sorri de nostalgia, sorri de saudade.
    Senti cheiro de acácia e terra vermelha ao imaginar o livro que ainda não escreveste mas que habita a tua cabeça de longos cabelos que pedem meças com os meus. Um dia certamente esse livro pintará na caixa do correio envolto em envelope dum correio azul dum pais qualquer, e eu adivinharei que é teu, pois terá como endereço “Meu livro , para ti”. Nesse dia, daqui do alto das montanhas talvez eu veja o zulmarinho que separa os dois lados dos nossos afectos, e que teima em ondular e marulhar nos nossos ouvidos, trinando musicas de sereias e tritões que se espreguiçam nos areais em noites de luar do Namibe, do Lobito, de Luanda… em epopeias só mesmo imaginadas por nós .
    Mergulhei na musica do Baby Love, Because I love you, sem biquíni azul pois esse tem outro corpo, te imaginei acariciando as rosas do jardim e a aquela viagem em que tu minutos antes me confessastes ansioso e com receio, vincando-me uma ruga de preocupação no meu pensamento.
    Assim é construída a amizade escrita em areia tropical, com pré-lavagem pois resiste a choviscos e tempestades e acredita no infinito.
    SJB (já te disse que adorei - o agradecimento está implícito) obrigada)

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