recomeça o futuro sem esquecer o passado

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31 de outubro de 2011

baralho de memória

Passeio no jardim, sob as bungavílias que fazem um carramachão que me protegem do sol e vou reflectindo no deus dará de ideias e sonhos.
Quem é feliz não conta, não espalha aos quatros cantos dum círculo de vida. Quem é feliz simplesmente se satisfaz em ser. Talvez por saber que felicidade anda colada em inveja. 
Quem é feliz não precisa provar a ninguém esse estado de alma, é-o. 
As pessoas felizes de mais, exuberantemente felizes, não me passaram nunca confiança, não me ligaram, porque talvez saibam que essa coisa de que a vida é uma festa e não existe erro na vida não é estado de alma que me sirva ou me brilhe nos olhos. 
Feliz é quem conhece o lado ruim e lhe respeita, é quem já foi infeliz pelo menos uma vez e não faz disso um alarido ensurdecedor.
Passeio no carramachão e sou feliz no passeio em que reflicto sobre ideias, sonhos, memórias e imagens que a memória me fez o favor de guardar.
O Zé, o Henrique, o Douglas, o Mané e tantos outros que de calções futebolávamos num campo de futebol feito na descida que ainda hoje não sei porquê ali jogávamos quando se andássemos 100 metros iamos ter um plano duma estrada também em que os carros iam ser poucos a nos incomodar.
A Maria, Irene, Isabel que passavam na rua como que a querer que a gente lhes olhasse, mas não havia nada que nos desviasse daquele jogo que era importante porque era simplesmente aquele jogo.
Sob o carramachão sorrio ideias e páro a olhar o Quiosque do Faustino a tentar saber como cheguei até aqui sem dar por nada.





Sanzalando

28 de outubro de 2011

envelheci

Envelheci. O tempo gasta e desgasta. É melhor começar outra vez.
Cresci. O tempo ensina muita coisa e desgasta outras. Agora sei que o saber não é como o dinheiro que se mantém fisicamente intacto mesmo depois dos mias infames intercâmbios. O saber é assim mais como uma roupa de corte fino e elegante em que o uso e a ostentação lhe vão gastando. Não é assim com os livros? As páginas amarelecem, descolam-se e desfazem-se, e aos poucos os olhos vão achando que as letras estão a se encolher num parece têm medo de serem lidas e o braço encurta-se para o levar para longe.
Cresci e amareleci os meus conhecimentos numas folhas de memórias de sítios que eu hoje lhes ia ver com outros olhos, outros veres. Há páginas coladas pela humidade que não são separadas pelo indicador num folhear simples. Nem a saliva posta na extremidade do dedo ajuda as folhas a se separarem. Se se abrissem ia ver saberes que se calhar eu queria esquecer, delicados desgostos rabiscados no pergaminho do coração com lágrimas contidas numa doença de amor ou outras estórias que me levariam a tremores e dissabores que os cinzentos cabelos não iam se aguentar na sua fragilidade e morreriam num chão perdidos para sempre.
Cresci e o saber, entorpecido pelo mimo, me continua a ler-se nas paginas amarelas da memória em estórias reais que mesmo que não tenham acontecido são verdadeiras..




Sanzalando

FELIZ ANIVERSÁRIO





Sanzalando

26 de outubro de 2011

na praia

Atirei o meu corpo para areia quente da praia. Os meus olhos não conseguem nem ver. Estão turvos de tantos pensamentos que rebolam na minha cabeça parece é cascata, uns atrás dos outros que até parece estão a fazer corrida para ver quem é pensado primeiro. Não precisava ser assim. Não era necessário que o amor doesse tanto como dói. 
Não era bem mais simples eu sorrir quando me lembrasse de ti? Imaginar o teu sorriso, o calor do teu abraço, o teu perfume natural e logo me abria um sorriso na cara que quem olha ia dizer ele está feliz.
Mas não. Tinha de doer, porque nunca poderei lembrar aquilo que não tive. E do mais feliz da terra passei num instante mais rápido que o tempo a despedaçar-me em tristeza. 
Eu sei que se ele não doesse a gente não lhe ia dar nem um bocado de valor, se calhar nem lhe ia sentir. Mas também não havia necessidade de me despedaçar assim. Tanto amor que eu tenho de deitar fora porque tu não lhe queres.
Ok. Vou dar um mergulho e me arrefecer os olhos numas braçadas até na jangada onde chegarei já quase sem folgo e não terei tempo de te pensar, mas apenas de tentar respirar.






Sanzalando

24 de outubro de 2011

o amor da minha vida

Me sentei na falésia, mesmo perto da Fortaleza, pés firmes numa pedra. 
Atirei os pensamentos para a baía e me deixei voar atrás deles como se quisesse ver-me por fora, lágrimas escorrendo na cara. Tinha machucado o coração. Meu coração adolescente tinha levado a sua centésima porrada de amor. Uma vez mais eu era ignorado e ali na falésia eu podia chorar que da marginal ninguém me ia ver. 
Me levantei e me dei comigo a dizer que ninguém escapa a um mal de amor. Me dei força e prometi nunca mais amar sem limites, me entregar de alma e coração. Meu amor passaria a ser só na superficialidade da pele. Me prometi com a convicção que eu sabia que ia cumprir, pelo moenos nos próximos minutos, enquanto me lembrasse deste terrível desgosto que me estava a afogar um coração adolescente.
Te digo que tinha feito muitos sonhos da gente juntinho numa varanda de cadeiras de baloiços a contar nos netos a aventuras que a gente ainda ia viver.
Me antecipei e não me vi num outro desgastante desgosto.
Depois de levantado, olhei a estradinha que passa lá em baixo, recta grande que é em curva, imaginei tantos lugares, alguns que até não tinha nunca ouvido falar porque não tinha ido na aula de geografia, se calhar. Acho até sonhei que ia escrever o nosso livro, um romance de amor daqueles que ferve só de olhar a capa. Mas, dizia, olhada a estradinha decidi que não ia mais sair daquela cidadezinha, não ia mais sofrer de amor e o meu mundo não ia mais para além do meu olhar.
E foi assim que nunca mais esqueci o amor da minha vida.





Sanzalando

21 de outubro de 2011

desbarato-me misticamente

Dou por mim a olhar as pessoas como se soubesse alguma coisa delas que nem elas mesmo sabiam. Assim como que lhes trespassava até à alma com o olhar de ver coisas que os olhos comuns nem conseguem fazer imaginar. E eu lhes via no interior bichos, sujos, peganhentos, coisas de outras vidas noutros planetas, fantasias minhas, dizia-me. Acho lhes conseguia ver a outra encadernação e não aquela que me mostravam. As cores não eras as reais de ver com olhar comum, não via ali brancos ou negros, apenas cores garridas de berrantes, riscadas de listas assimetricas num confuso circo de que apenas sobrava a tenda esfarrapada dum temporal doutro século mais antigo que a minha memória não tinha ainda registo.
O que elas não sabiam de si era-me assustador. Era terrível o dilema de lhes dizer ou não. Alguns corpos estavam enterrados fazia mais que muito tempo e eles próprios não sabiam. Ninguém me perdoaria se eu dissesse, desculpe, você não está aqui porque está sepultado há mais de um século. Ninguém me desculparia se soubesse que eu sei o que eles são e o que eram.
Dou por mim a olhar-me na escadaria da loucura, no afogamento da nostalgia e no enforcamento da memória.
Pé ante pé me afasto de mim. Desisto de olhar, apenas revejo as memórias, apontamentos soltos numa sebenta vermelha em que o U desenhado da capa mais não era que o U dum universo que eu não sei se existe, mas que me recordo, isso eu sei. Ultrapassado tempo do tempo não medido num relógio mecânico.




Sanzalando

20 de outubro de 2011

Reflexões facebookianas (8)

Não tenho ódio nem vontade de chorar. Em compensação também não tenho vontade. JCCarranca reflectindo enquanto arruma papeis queimados pelo tempo

Sorrio para os meus problemas e ignoro as minhas decepções. JCCarranca reflectindo enquanto queima anotações apagadas pelo tempo


Vou brindar ao amor partido, pois se for esperar pelo amor inteiro a bebida vai aquecer. JCCarranca reflectindo enquanto vê as horas passar sem relógio


Um dia tudo se desmorona e eu terei que sair de dentro dos meus sonhos para dar um jeito na vida real. JCCarranca reflectindo sobre um nevoeiro mental


Durante a noite parece que a distância aumenta, a tristeza triplica e a saudade se torna infinita. JCCarranca reflectindo na cama sobre a incerteza de um dia ter a certeza


Às vezes eu me perco, não me encontro por mais que me procure. JCCarranca reflectindo no beiral da janela da tarde


Cansei-me de ficar cansado do cansaço da vida. JCCarranca reflectindo enquanto muda de rumo


Passei o tempo a pensar na felicidade dos outros e esqueci-me que também tenho o direito de ser feliz. JCCarranca reflectindo enquanto revê as personagens da sua vida


Benvindo ao meu coração, mas toma cuidado, tem lá feridas que é abismo. JCCarranca reflectindo na vertente sul da saudade


Não me preocupo, não tenho pressa. O que é meu, encontrará um caminho para chegar até mim. JCCarranca reflectindo enquanto puxa lustro a alguns sonhos


Sanzalando

17 de outubro de 2011

prelúdio

Lá está ela, mais uma vez.
Não sei, não vou nunca saber, porque não dá para entender como ela não se cansa de me provocar. Parece que para ela tudo se passa como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever, que nessas escolhas eu erro. Ou melhor, até se podia prever, mas ela dispensa, dispersa, baralha e dá de novo.
Acredito que ela, lá no seu fundo, gosta dessas coisas. De se deixar ser apaixonada, de fazer com que me se jogue num rio onde ela não sabe se consego nadar. 
Ela não desiste e leva bóias escondidas para me atirar cada vez que eu me afogo.
E ela sabe se eu me afogar, me recupero. Estranho e que ela já me fez apanhar demais da vida e um dia se vai surpreender e eu lhe gritarei desisto que até lhe deixarei surda. 
Ela me provoca relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser substituta.
E quem não é? A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que me garante que  qualquer alguém não está somente servindo para tapar buracos, servindo de curativo paras feridas antigas? 
Ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Eu sei, mesmo não sendo o escolhido.
Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor para curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe para trás, fraco e sangrando. Daí  que se espera por alguém que venha me curar.
Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. 
E para ela? 
Por quem ela espera? E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. Mas ela também, tal que nem eu, se levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário… Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você, eu e todos os outros, viemos ao mundo.

Sanzalando

14 de outubro de 2011

Reflexões facebookianas (7)

Prefiro morar num coração inteiro, do que viver em mil corações pela metade. JCCarranca reflectindo-se em partes iguais


Não sei quem foi que disse que a esperança é a última a morrer. Se esqueceu de me dizer é que ela mata de morte violenta e dolorosa. JCCarranca creflectindo enquanto contabiliza os seus sonhos


Quem foi que se deu ao trabalho de inventar a tristeza? Faz favor de desinventá-la. JCCarranca reflectindo ao fim da tarde de Domingo


A gente luta por amor e nem sabe que o amor é nosso próprio adversário. JCCarranca reflectindo sobre a lembrança de velhos amores não esquecidos


O tempo mostra o que realmente valeu a pena, o tempo nos ensina a esperar o que o tempo apaga. JCCarranca reflectindo com tempo pela falta de tempo


Não me importam as palavras ou os gestos, eu só quero falar-te, escuta. JCCarranca reflectindo enquanto olha para o telemóvel a ver se se lembra de algum número


Hoje eu sei que o meu coração é pequeno demais para tanto amor que tinha para te dar. JCCarranca reflectindo enquanto revê tanto passado acumulado


Há quem queira que eu falhe, me dê motivos para desistir. Mas eu continuo. Não porque tenha forças extras, mas apenas porque a consciência me diz para continuar. JCCarranca reflectindo sobre muitas reflexões



Estou sempre à espera dum sinal, dum símbolo, dum conselho ou duma sorte. Ando dependente de um aviso, dum sorriso ou dum olhar. Vejo o quanto acredito em anjos, fantasmas, árvores e sonhos. JCCarranca reflectindo enquanto lê todos os comentários

Sanzalando

12 de outubro de 2011

um dia faz muito tempo


Me sentei num passeio duma rua que vai demorar horas até que passe um carro. Nem quero saber se vai passar ou não. Eu quero mesmo ficar aqui e reler os meus pensamentos e ver a dor que eu sentia quando esperava que tu me dissesses um olá só assim, e tu nem um olhar mandavas na minha direcção. Nem daqueles olhar de não se ver. Nada. Eu acho fazias só mesmo para me destruir, me machucar o coração como se ele entrasse nas máquinas novas que substituíram o passevite. 
Por isso escolhi esta rua onde quase não tem carro que passe aqui, pois assim sei que não vens num carro da minha imaginação me atropelar num esmagamento de longa distância do tempo. Julgas que estou a mentir? Que nada, tu me atropelas até nos sonhos que eu sonho, quer esteja acordado quer esteja a dormir. Não é mentira. Tu sabes!
Olha, agora abri a página dos meus pensamentos onde escrevi a primeira vez eu te amo. Sabes quem tem o nome antes? Não te vou nem dizer. Mesmo que dissesse tu nunca ias saber pois nem consegues saber que eu existo.
Ora bem, agora estou a te olhar na varanda duma tarde de pôr de sol que até parece é fogo que arde no meu coração. Se eu soubesse que havia Mona Lisa nesse tempo eu ia dizer tu me sorriste. Mas acho é mesmo só invenção da minha alma que me quer ver sorrir.
E eu sorri porque mudei de página e vi olhares de gente boa a me dizer adeus de lágrima na cara quando eu tentei te ir ver para sempre.
Um dia, tu vais ver. Te surpreendo definitivamente e levarei na memória os chupas que comprava nos Santanas, as compras na cooperativa, os passeios de aventura até nas furnas que eu tinha medo que ficavam longe e acho não são mais longe agora.
Vais ver, vou levar a minha mãe a me passear num fim de tarde como nas tardes que eu lhe fugia para não estar sentado no carramachão da avenida. Um dia vai ter dia outra vez.


Depois eu termino de escrever… se as ideias voltarem



Sanzalando

Tanto mar 37

Sanzalando

8 de outubro de 2011

Reflexões facebookianas (6)

Se a tristeza me ligar eu nem vou saber. JCCarranca reflectindo enquanto desliga o telemóvel


Porque será que o eterno às vezes dura apenas uns segundos? JCCarranca reflecte enquanto sorri olhando para um bando de pardais


Resista. Insista. Aguente firme. Caia. Levante. Erga a cabeça. Siga em frente. JCCarranca reflectindo após ter tropeçado no passeio e visto que além da alma não havia mais ferimentos


Se a saudade e a distância falassem, o barulho seria ensurdecedor. JCCarranca revendo as fotos amarelecidas dum álbum doméstico




Se deixares o tempo passar, ele passa! JCCarranca reflectindo enquanto acerta o relógio


O meu problema não é não te encontrar. É mesmo não ser encontrado por ti. JCCarranca reflectindo sobre a saudade


Vou ter uma festa que eu vou dançar até que o sapato peça para parar até arrefecer. Aí, eu lhe tiro, e descalço continuo a dançar o resto da minha vida. JCCarranca reflectindo porque é sexta-feira


Quem escreve o meu destino deve estar em greve. É só copy past do roteiro do dia anterior. JCCarranca reflectindo enquanto passa pelas brasas na cadeira de baloiço após comer uma muamba


Eu só ganho o que não dou - se me importo ganho indiferença, se me aproximo ganho distância, se falo ganho o silêncio. Acho que vou começar a fazer tudo ao contrário, se não amar quem sabe ganho amor. JCCarranca reflectindo enquanto lê uma estória do Calimero


São só olhares e parece que ouço a tua voz a conversar comigo. JCCarranca reflectindo enquanto digitaliza fotografias a preto e branco


Não, não é para ter graça. A isso se chama piada. A vida é outra coisa. JCCarranca reflectindo enquanto se olha ao espelho e não vê os seus olhos a rirem.





Sanzalando

7 de outubro de 2011

relembrando o carro de rolamentos e outras coisas

Afinal de contas eu ainda sorrio quando me lembro de ti, das nossas brincadeiras que gastavam calções, sapatos e passeios. Das nossas corridas de carros de rolamentos nuns fins de tarde intermináveis para a velha Maria e sua filha D. Idalina, que eu lhes conheci já no peso da muita idade. Nesse tempo eu acho era o garoto mais idiota deste mundo e alguns arredores porque tudo fazia para arrancar sorrisos e dores de cabeça sem hora marcada nem ordem versa ou inversa. O mais santo e quase o mais traquina num ar angélico de pau carunchoso. Mas mesmo assim não me consigo lembrar de alguma vez me ter ficado mal com as velhas senhoras que nem descansar podiam. Mentira. Me lembro sim mas faz de conta eu quero esquecer e desconsigo ainda hoje. Bater na porta e fugir. Não tinha campainha era mesmo ferro parecia era martelo. Batia com força parecia ia haver fogo. E D. Maria, carregada no peso da idade, se arrastava para abrir e já eu estava escondido atrás do muro do quintalão a rir parecia tinha visto comédia. Ela gritava que isso não se faz em direcção a lado nenhum. Eu ria só atrás do murro como se tivesse feito a coisa mais engraçada do mundo.
Como que lhe devia doer ver os garotos lhe gozar assim, mas o peso da idade não lhe deixava vir a correr e dar um bom par de lambadas que naquela altura eram permitidas. 
Mas nunca ela, nem o Raul Gomes que além das moriangas que acho se chamam agora moreias, se zangaram porque o passeio ficava polido com o passar dos múltiplos carros de rolamentos.
Ainda dói lembrar que era o garoto esquecido e nunca o príncipe engatado, de orelhas de abano e esqueleticamente em pé que calcorreava a cidade para ver a paixão escondida num canto secreto do coração.


Sanzalando

4 de outubro de 2011

Quem foi que disse?


Sanzalando

Onde?


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Os sonhos



Sanzalando

faz hoje sete anos num parece foi ontem

Lentamente que nem lesma o tempo passa. Vagaroso parece até está cansado ainda antes de começar a contar na relatividade rápida duma vida que parece é um segundo olhada desde aqui, futuro de ontem.
Cinco anos tá quase a contar. 
Ainda me lembro parece foi hoje. Lembro mesmo o meu olhar a te ver, a minha cara de criança regressar num apagar das rugas que o tempo lento me marcou na cara num ar de tristeza. Acho estou a delirar se eu te disser que quando te olhei eu disse te amo num silêncio de doer na alma e a lágrima teimadamente escorrer na cara como se fosse a minha voz. Ainda hoje me lembro dos sorrisos abertos que me esperaram pacientemente, até eu parecia era uma very importante pessoa e me levarem a percorrer um mundo que acho era o sonho realizado num filme a cores e em todas as dimensões. Ainda hoje te tenso como nesse dia e nos antes desse. Me rotularam, etiquetaram e eu nas tintas com a minha lágrima escorrendo na cara parece é carimbo de marca registada.
Ainda hoje eu me lembro que foi só há sete anos e que para sempre ficaste mais marcada na minha alma parece é tatuagem ou feitiço.
Ainda hoje estou à espera de saber o que é que tu pensaste desse dia. Mas isso não me importa para além da importância da curiosidade. Importa é saber que estes sete anos foram ontem ao fim da tarde


Sanzalando

Tanto mar 34

Sanzalando

3 de outubro de 2011

Reflexões facebookianas (5)

Um dia eu ainda escrevo algo que preste. JCCarranca reflectindo enquanto lê um relatório médico


De que cor é a saudade? Da cor do que a memória quiser. JCCarranca reflectindo sobre o tanto que tem perdido


Eu até já pensei em ser diferente mas não deu certo porque só consigo ser igual a mim. Jccarranca reflectindo enquanto escuta o violino do Travadinha


Sono, fome, tédio, preguiça. Está aqui o quarteto fantástico. JCCarranca reflectindo à beira do abismo


Eu não caminho olhando para os meus passos, da mesma forma que nenhuma ave voa olhando para as asas. JCCarranca reflectindo enquanto enquanto procura uma hora para descansar.




O silêncio responde a tudo o que foi perguntado, ou não. JCCarranca reflectindo enquanto ouve o eco do seu pensamento


Ai a memória dos dias cheios de coisas para fazer. Mas eu nunca tive dias assim. Sempre tive os dias vazios e com tanto vazio eu me tornei num quase nada. JCCarranca reflectindo o entardecer


Quantas vezes um sorriso esconde lágrimas? JCCarranca reflectindo enquanto ouve notícias do mundo


Os sonhos não desaparem, apenas adormecem na alma da gente. JCCarranca reflectindo enquanto combate a inercia do repouso




Mais que eu pareça forte, tem horas que somente um sopro é capaz de me derrubar. JCCarranca reflectindo na saudade




Sanzalando