Passeio no jardim, sob as bungavílias que fazem um carramachão que me protegem do sol e vou reflectindo no deus dará de ideias e sonhos.
Quem é feliz não conta, não espalha aos quatros cantos dum círculo de vida. Quem é feliz simplesmente se satisfaz em ser. Talvez por saber que felicidade anda colada em inveja.
Quem é feliz não precisa provar a ninguém esse estado de alma, é-o.
As pessoas felizes de mais, exuberantemente felizes, não me passaram nunca confiança, não me ligaram, porque talvez saibam que essa coisa de que a vida é uma festa e não existe erro na vida não é estado de alma que me sirva ou me brilhe nos olhos.
Feliz é quem conhece o lado ruim e lhe respeita, é quem já foi infeliz pelo menos uma vez e não faz disso um alarido ensurdecedor.
Passeio no carramachão e sou feliz no passeio em que reflicto sobre ideias, sonhos, memórias e imagens que a memória me fez o favor de guardar.
O Zé, o Henrique, o Douglas, o Mané e tantos outros que de calções futebolávamos num campo de futebol feito na descida que ainda hoje não sei porquê ali jogávamos quando se andássemos 100 metros iamos ter um plano duma estrada também em que os carros iam ser poucos a nos incomodar.
A Maria, Irene, Isabel que passavam na rua como que a querer que a gente lhes olhasse, mas não havia nada que nos desviasse daquele jogo que era importante porque era simplesmente aquele jogo.
Sob o carramachão sorrio ideias e páro a olhar o Quiosque do Faustino a tentar saber como cheguei até aqui sem dar por nada.
Sanzalando
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