Me sentei num passeio duma rua que vai demorar horas até que passe um carro. Nem quero saber se vai passar ou não. Eu quero mesmo ficar aqui e reler os meus pensamentos e ver a dor que eu sentia quando esperava que tu me dissesses um olá só assim, e tu nem um olhar mandavas na minha direcção. Nem daqueles olhar de não se ver. Nada. Eu acho fazias só mesmo para me destruir, me machucar o coração como se ele entrasse nas máquinas novas que substituíram o passevite.
Por isso escolhi esta rua onde quase não tem carro que passe aqui, pois assim sei que não vens num carro da minha imaginação me atropelar num esmagamento de longa distância do tempo. Julgas que estou a mentir? Que nada, tu me atropelas até nos sonhos que eu sonho, quer esteja acordado quer esteja a dormir. Não é mentira. Tu sabes!
Olha, agora abri a página dos meus pensamentos onde escrevi a primeira vez eu te amo. Sabes quem tem o nome antes? Não te vou nem dizer. Mesmo que dissesse tu nunca ias saber pois nem consegues saber que eu existo.
Ora bem, agora estou a te olhar na varanda duma tarde de pôr de sol que até parece é fogo que arde no meu coração. Se eu soubesse que havia Mona Lisa nesse tempo eu ia dizer tu me sorriste. Mas acho é mesmo só invenção da minha alma que me quer ver sorrir.
E eu sorri porque mudei de página e vi olhares de gente boa a me dizer adeus de lágrima na cara quando eu tentei te ir ver para sempre.
Um dia, tu vais ver. Te surpreendo definitivamente e levarei na memória os chupas que comprava nos Santanas, as compras na cooperativa, os passeios de aventura até nas furnas que eu tinha medo que ficavam longe e acho não são mais longe agora.
Vais ver, vou levar a minha mãe a me passear num fim de tarde como nas tardes que eu lhe fugia para não estar sentado no carramachão da avenida. Um dia vai ter dia outra vez.
Depois eu termino de escrever… se as ideias voltarem
Sanzalando
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