Assim mesmo sem rodeios eu me sento na esplanada do Hotel Turismo. Quem é que me vai ruar daqui? Vou ficar aqui, mesmo que tem gente que nem me liga, que nem sabe eu existo. Hoje me vou armar, vou ser do jeito que tu gostarias eu fosse. Calça passada a ferro, sapato engraxado, que acho eu já não sabia a cor deles antes mas acho acertei, camisa aos quadrados grandes.
Me sentarei e pedirei um café e um copo de água que acho é assim eles lhe bebem.
Vais passar no teu passeio de fim de tarde e sei vais me olhar e te vais perguntar o que é que ele faz ali sentado. Eu em pensamento te vou responder que faço figura de parvo como todo o apaixonado parece que é que faz, e tu vais ficar de boca aberta um milionésimo de segundo. Enfim, o tempo necessário que eu demorarei a pensar que te gosto.
Ou será que tu estás a pensar que eu não me cansei de ser um nada na vida?
Vou ser gente e vou começar desde hoje. Na Esplanada dos ricos, dos que fingem ser ricos e das ricas pessoas que apesar de não terem guita são gente. É aqui que eu decidi e é aqui que eu me te vou mostrar nesta ascensão até ser um monte de nada, porque sei o futuro e, entre nós, não existiu mais nada que a minha vontade enorme de ser teu.
Sanzalando
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