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20 de abril de 2012

de coração, de memória de sonhos - adeus

Já percorri todas as curvas do teu desenho geométrico, já falei com todos os que te conheciam. De memória pouco há que me falte lembrar, já estou completamente vazio, as borboletas dos recantos voaram e no lugar delas permanece a penumbra duma vaga ideia, mesclada num nostálgico vazio. Perdi aquela sensação dum amor que foi bom enquanto durou. A sua eternidade foi efémera. Ficou só mesmo a sensação de que ambos existimos. Tu aí, eu aqui e talvez um dia nos sentemos a recordar num diálogo de silêncios. Sinto acabada a fantasia do nós. Pelo menos agora em que parece que entrei numa guerra interior que não comprei, não pedi nem procurei.
Poderia dizer-te que o coração te grita, que o cérebro reclama e o orgulho abafa. Mas não quero entrar nesse oceano de ilusões.
Por amor, dirias, vale tudo. Eu replico menos sentir dor, menos sofrer.
Tu não és o meu jogo de tabuleiro feito quadriculado de ruas que sobem e descem, sem sentido plano de tem que haver sorte ao jogo ou teremos azar nos amores.
Dominas o meu pensamento, preenches os meus sonhos, pelo que não vou esquecer-te, vou-me de férias de ti.
Olho para o mapa e tento ver se te vejo. Cidade pequena de tanta areia que não encontro senão dentro do meu coração, dentro da minha memória, dentro dos meus sonhos.
Preciso amar-te tanto para poder esquecer-te.
Adeus cidade que hoje termino a minha vadiagem por ti.



Sanzalando

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