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17 de abril de 2012

Numa rotunda da cidade da vida

Estou na rotunda do Hospital assim como quem não sabe para onde ir. Vou na Escola Industrial visitar quem já não sei mais quem é? Vou nas Obras Públicas ver se já posso tirar a carta? Vou para sul e me perco na areia que está depois do campo do Benfica?
Me sinto misturado e confuso num difícil de me entender. Aprendi tantas coisas e não aprendi a pensar em ti. 
Sei que não sou mais o mesmo miúdo que calcorreava a cidade de calções feito vadio certinho, ajuizado e tão naif que fazia as mais variadas perguntas apenasmente para saber mais coisas. Mas nunca aprendi a perguntar se estavas feliz ou apenas bem.
Eu não estou bem nem feliz. 
Estou na rotunda sem saber onde ir. Na verdade levo a vida. É, eu a trago do jeito que lhe encontro, não aprendi a lhe modificar, nem mesmo quando calcorreava a cidade com os meus noncacos, as minhas sandálias feitas de pneu de carro mais que careca.
Acho vou caminhar para sul que estou faz tempo que estou parado na rotunda. O dispensário me olha e parece me pergunta se já fiz a vacina do BCG. O Hospital me escuta e parece quer saber eu já fui operado a alguma coisa. O Liceu se admira de eu não estar em aula. As Obras Públicas, lá bem no fundo, me esperam para me mostrar a carta de condução que um dia eu lá vou tirar. Acho vou para sul que nada tenho a encontrar.


Sanzalando

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