Me esqueci se vinha da praia ou se estava na praia. Apenas sei que caminho a ouvir ainda o marulhar e a sentir a maresia.
Me embrulho em pensamentos, me ato em sonhos e me embaraço nas figuras tristes que imagino faço em espécie de representação do que me passa na cabeça.
A verdadeira verdade de tudo é que tento me esquecer dum abrigo na estrada escura, sombria e poeirenta onde escondi a realidade. Essa estrada leva sempre no mesmo lugar, quer eu suba ou desça, quer eu venha, quer eu vá, quer eu me sente num passeio dela.
Me apetece gritar socorro, mas a praia vazia não me ouve o silêncio da minha voz calada. Se eu acender uma luz mental será que vou ficar melhor? Não, a estrada escura, sombria e poeirenta me ensinou a caminhar mesmo de olhos fechados.
Me pergunto mais uma centena de vezes, como foi possível eu ter deixado o teu sorriso, o teu perfume, o teu calor e a tua essência que me brilhava nos olhos, abandonar-me assim numa tarde qualquer dum outro qualquer dia que eu penso nunca esquecerei.
Percorri longos caminhos, estradas rectas e outras tantas muitas curvas, galguei quarteirões alguns vazios e outros carregados de multidões, para tentar esquecer a realidade que escondi na estrada escura, sombria e poeirenta.
Sinto falta das cores, do teu zulmarinho, areiadourada e vento agreste.
Sinto saudade de não te sentir esquecida na minha alma.
Sanzalando
Adorei, parabens. Acho que voce deve ser familia de uma antiga colega Paula, em Mocamedes. mais uma vez parabens.
ResponderEliminarSuzette