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4 de dezembro de 2014

Os gajos, como eu

Data de inverno porém tempo de sol. 
Os gajos põem-se a escutar silêncios à espera de respostas, ancorados em recifes de memórias como se tivessem sido condenados a prisão perpétua, pensando que são gente de letra grande num universo vazio de estrelas.
Afinal de contas eu posso contar os dias ou os anos que ainda tenho?
Nesta indecisão a gente de letra pequena se perde no tempo, se derruba no ruído e se consome na nebulosa nuvem do egoísmo.
Data de inverno mas com tempo de sol e os gajos como eu vivem sorrindo num bom dia dado com alegria sentida no instante.
Os gajos, como eu, gracejam, saltam, empurram barrigas ou arrastam peitos felizes porque reconhecem que se não chegarem a lugar nenhum pelo menos aqui chegaram


Sanzalando

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