Me sento no cimo da falésia e olho para lado nenhum. Disparo pensamentos direitinhos ao horizonte, que passam tangente no zulmarinho até se perderem de vista. Se eu ponho muita energia neles eles vão carregados de peso, de ansiedade e saudade e não vão nem chegar a meio do caminho que era suposto fazerem. Às vezes a gente se engana e põe dureza na força de vontade, num assim quase forçado e sai buraco de pensamento e não pensamento ele mesmo.
Tás a ver que é outono verão num só dia na mesma hora? Descomplicado. Casaco meia manga e calça curta ou calção comprido. Sandálias e meias. Tá feito. a falésia me segura. Os olhos me deixam viajar por ai soltamente. O pensamento me leva. As ideias vão ficando sem preocupação de falhar nem de me criticar por isso. Não me ataco nem me deixo atacar. Não me fecho na prisão do pensamento interiorizado. Eu vou só por aí, de pensamento em pensamento, vagabundando os meus desejos como se fossem os últimos.
Sanzalando
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