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13 de fevereiro de 2020

às vezes

Um dia segue outro e a gente vai empurrando, deixando, remendando, engolindo em seco e fingindo. 
Chega um tempo em que rebenta a ferida, estoura, explode, sai pus, palavrões e outros afins. É esse momento que, ao invés de curita, pomada e beijinhos, a gente precisa escarafunchar mais um pouco, abrir e, quem sabe, enfiar o dedo fundo, até sentir a dor percorrer cada centímetro do corpo. É só após esse processo que tudo cicatriza – e a gente descobre até onde vai a própria força. E se supera (ainda bem). E fez-se o luto da ferida. Às vezes se vê a cicatriz, outras nem isso. Outras é uma memória, outras nem lembra ao diabo. 
Às vezes um dia segue ao outro e nem damos por isso.

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