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20 de abril de 2011

se eu voasse

Me atiro na areia molhada pela chuva e enquanto olho o mar fabrico pensamentos para mais tarde pensar. Pode ser que depois eu não tenha tempo de tê-los, fazê-los ou simplesmente perdê-los. Assim se torna mais fácil. Não está sol, faz vento, a praia está molhada e desertamente me sinto sozinho por aqui com vagar de pensar sem ser incomodado. 
Começo por me tentar lembrar quem foi que me disse que o tempo só para quando a gente lhe fotografa e desconsigo ver. Acho foi um pensamento que caiu no esquecimento num dia de sol. Mas me esforço na mesma e não me vem à memória o autor. Pouco importa agora. Me lembrei dele assim e ele assim vai ficar até que a vida me surpreenda com outro melhor. 
Rebolo na areia ao mesmo tempo que tento sacudir a que teima em se manter colada na minha roupa. Não foi boa ideia me atirar na areia molhada. Os pensamentos novos não se colam como a areia. Voam como as gaivotas, como as andorinhas do mar, como a minha imaginação. Se eu também voasse...

Sanzalando

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