Sentado nas arcadas da praia, esquecendo que é cacimbo mas sabendo que não faz vento, me deixo, sentado, sonhar. Não sei se adormeci ou se foi mesmo sonho sonhado acordado.
Foi assim que eu vi que às vezes eu preciso que alguém me abrace forte, me segure na mão e me diga silêncios doces ao ouvido, conte piadas sem graça ou apenasmente me atire um sorriso sem pedir nada em troca.
Foi assim que eu vi que tem altura que eu preciso que alguém me salve da melancolia, das velhas canções e da nostalgia.
Foi assim que eu vi que às vezes eu preciso de alguém que entenda o meu silêncio, antes de mudar de estação de rádio ou de frequência.
Foi assim que eu vi que às vezes eu preciso de alguém que guarde as minhas palavras caladas.
Sentado nas arcadas da praia, esquecendo é cacimbo e a jangada está em terra, que eu vivi um pesadelo que não tem disfarce e que em qualquer altura pode desabar como falésia sobre o mar.
Foi assim que eu acordei dum sonho que não sei se estava a dormir ou se sonhava acordado que eu percebi que nem sempre se é feliz sozinho.
Foi assim que eu olhei o zulmarinho e me levantei com um sorriso de regresso a casa.Sanzalando
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