Caminhando sobre palavras, umas quentes outras assim por dizer, mais geladas que a morte viva, dei comigo a pensar viver só para mim. Às tantas até tinha construído um muro à minha volta, a minha alma estava prisioneira nas ideias preconcebidas e eu jamais conseguiria ultrapassar os limites de mim.
Assim, desmanchando palavra sobre palavra, apoiado no teu ombro, seguro pelo teu sorriso, descobri que a solidão não é a melhor companhia, mesmo nas tardes de sol como também nas manhãs de cacimbo, nas noites quentes duma esplanada ou nas frias sentado à volta duma lareira que antes foi apenas fogueira.
Arrumadas as palavras vi que somava motivos para a autodestruição que podia acontecer dali a pouco tempo sem antes ter imaginado que podia estar a mendigar migalhas de bom senso antes de desligar o mundo de mim.
Limpas as palavras encontrei.me sorrindo e o comboio lá vai seguindo na linha sem o pouca terra da nostalgia nem o fumo da escuridão.
Sanzalando
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