Passada lenta de quem não quer transpirar nem rebentar com um calor que sente queimar até na alma, sigo feliz trocando pensamentos por sorrisos ou vice versa que hoje não estou para dilemas.
Não é todos os dias que concluo que há algo em mim: amo o próximo esquecendo-me de mim. Eu, o senhor dono da razão, presença imponente que nem estátua em pedestal, concluo que não me amo.
Pronto. Vá lá. Dou desconto e digo-me que não é bem assim, não sou assim tão tão. Às vezes reclamo-me e dou razão a quem a tem, mantenho distância dos erros, principalmente se forem dos outros, não grito nem choro crocodilamente, não tenho humor de fazer rir nem parar a multidão que me olha, não tenho presença de parar o trânsito e não sei a regra dos nove nem a três simples para acertar todas as contas, nem as do merceeiro.
Eu gosto de mim e só assim eu posso gostar de ti. Filosófica e praticamente certíssimo. Quando penso no passado não vou só até ao minuto mas consigo ir até a décadas. Quando recordo recordo as tuas gargalhadas, os teus olhos brilhantes, o teu sorriso de lábios finos, o teu olhar felizmente espantado ou espantado feliz.
Passada lenta dou comigo a soletrar transpirações e suores frios, quentes e outros.
Sanzalando
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