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12 de setembro de 2014

delírio de amor

Aqui estou sentado na praia deserta dum quase outono. 
Tu estás fotografada na memória como impressão dum fio de água, permanente mesmo que aparentemente invisível. Só por isso não estou na solidão da limpeza dum sotão que um dia alguém chamou de memória.
Vasculho assuntos, pendências e interdependências, ligações e desligações e por fim encontro uma carta que nunca escrevi, mesmo que ela começasse num para ti.
Eras a destinatária. Porque não escrevi já não me lembro, se calhar nem assunto teria. Olhei-a de todos os ângulos, não encontrei nenhuma pista e nela não repousava mais nenhuma letra para além das que diziam para ti.
Fiz um esforço que acho até sinais de fumo a minha cabeça deitava.
Acho que para ti era para dizer apenas que te amo e algum medo me impediu de te dizer.


Sanzalando

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