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19 de março de 2018

Num dia do pai

Eu sou pai que também é filho. Mas por coisas do destino não sei se alguma vez tive oportunidade ou saber para lhe dizer lhe gosto ao ouvido, assim como tantas outras coisas que eu queria lhe dizer e que acho não lhe disse uma única vez. Eu sei, meu pai, que sempre tiveste esperanças, novinhas em folha, que eu não ia desistir de ser quem sou, que eu jamais ia esquecer as verdades e confundir-me em mentiras, que eu iria congelar-me em ideias preconcebidas ou enlamear-me em mentiras. Eu sei, meu pai, que tu sempre soubeste que um dia eu usaria as palavras  (que quase não tiveste tempo para me ensinar e que porém me passaste nos genes)para descrever a vontade enorme de ser feliz, as coisas boas que dão certo e os sonhos de alegria feitos.
Eu que sou pai e também filho não abro a mão de ser feliz mesmo que para isso eu tenha que ser descrente absoluto que sem esperança não há vento que empurre uma vela nem gente que invente a melancolia só pelo prazer de ser um apagado evento.


Sanzalando

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