O vento sopra em rajadas, arritmadas e desnorteadas. Às vezes parece é do norte, outras sueste e outras tantas só sei que sopra que quase me arranca os frágeis cabelos que tenho. Esta coisa de inverno não foi feita a pensar em mim. Até o zulmarinho tem mais branco espuma que azul mar e acontece-me o que eu tinha medo um dia acontecer-me. Acontece eu parar. Parar de admirar, de deixar o meu coração falar mais que a razão ou bater mais forte que até parece vai parar. Acontece que tudo parece abalar as minhas estruturas, definhar de estatura, arredondar a formosura.
O vento sopra como que me avisar qual o caminho do tempo e o uivar do vento mostra-me o tempo que tenho e aquele que eu deixo escorrer por entre os dedos que não têm mais a firmeza de antes.
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