Olha só essa hora que já nem parece ainda é verão. Parece hora a deixar cair minutos que nem outono. Imagina agora eu me esquecer de quem sou, me tornar assim dependente do sorriso ou carícia alheia e me deslembrar de ser feliz. Com um tempo assim até parece que podia ser possível. Mas ainda é verão, o zulmarinho ainda é zulmarinho, cordão umbilical da minha placenta, prolongamento almareado de mim e o lugar onde nasci.
Mas neste amarelo tempo, brilhante porem não encadeante, caminho por entre mapas, procuro as montras da memória ou imaginação, lugares comuns, palavras simples penduradas num cabide, tudo o que me possa levar até à semente da minha existência, em pleno verão de mim.
O zulmarinho me sossega nesta alvorada da minha estória, neste caminhar por carreiros serpenteando surpresas, represas e outras muitas impurezas, até que um dia eu vou chegar a ver o verão das cores quentes como tenho na memória.
Sanzalando
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