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13 de setembro de 2018

sol, doce sol

Sol. Meu doce sol. Caminho nesta praia ao som do zulmarinho como que a preencher o vazio das coisas mundanas e com a esperança que a emoção e o desejo não desapareçam na eternidade do esquecimento. Fui criança, adolescente e adulto me tornei. Embriaguei-me em festas e a desproposito, namorei e desnamorei como se o mundo acabasse nalgum instante. Percorri ruas de cidades quadriculadas e outras desarmadas procurando prazer no passeio, no ar que respirava e tudo o que fazia me ajudava no alimento da minha existência. A casa da D. Maria, s dos Fonsecas, dos Santanas, Adérito, Pinheiro e tantos outros que nem sei mais se as linhas da minha memória ainda se lembram fazem parte de todo o meu passado vazio que encho de recordações. Os olhos ainda vêem as mesmas casas, as mesmas pessoas os mesmos passeios de fim de tarde dum domingo de verão. Aqui na praia, ao sabor do zulmarinho ainda recordo os exageros do Artur Gomes, o barulho das carambolas no Aero-Clube ou as tesouradas nos cabelos do Sr. Olímpio. Nunca fiquei preso num pensamento porque ele não vai resolver o meu problema, não me vai devolver os amigos que partiram para parte incerta com a certeza que marcaram-me, não me vai trazer de volta as brincadeiras de criança, o carro a pedal que era mais pesado que eu porque ainda não havia os materiais que hoje existem. 
Sol, meu doce sol. Lembras-me os professores da primária, o Amaral, a Saavedra e a D. Maria; os do Liceu, uns que passaram a correr e outros me aturaram tantos os anos que lá andei. Nomes também sei, ocupam o vazio do meu passado em forma de memória.
É assim sol. O zulmarinho que me ature e me permita viver tudo outra vez que eu vou-lhe dar uma dose de ouro de recompensa. 


Sanzalando

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