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8 de novembro de 2018

areia

Brilha sol enquanto chove e eu tremelico de frio. Outono, me disseram em sussurro. Ouvi e calei. Não consigo ser diferente. Podia responder porque sim, porque não ou talvez, mas ouvi e calei porque é outono mesmo.
E como é outono é vulgar ver-me por ai a vagabundear, sem rumo ou objectivo, sem prefácio nem posfácio, com letras soltas e parágrafos assimétricos na vã tentativa de criar problemas entre os meus fantasmas, seres irreais que deabulam no meu delírio mental.
Faz tempo, num tempo assim, que não controlo as marés nem me sento na areia de dor de perto ou de longe. A areia, minha despida alma, mostrando pegadas onde não é alisada pelo maré, onde as gaivotas repousam ao lado dos meus pedidos de perdão, é parte fundamental da minha existência, porque areia, fina ou grossa, enpenca qualquer engrenagem, relixam qualquer relação. 
Areia minha que me desculpe quando te sacudo dos pés.


Sanzalando

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