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15 de novembro de 2018

lendo outono

Brilha o sol num cinzento outonal. É dia assim, outono cerrado. Me deixo embalar pelo marulhar do zulmarinho como se estivesse pronto para dormir. Mas ainda é cedo e não me apetece vagabundear madrugada fora até ser hora de levantar. Agarro um livro e ponho-me a pensar em vez de ler. Posso arrancar cada folha deste livro que não me apaga a memória. A vida que vivi está aqui, sempre presente e pronta para recordar. Sim, sei que não posso revivê-la. Mas quem foi que falou que recordar é mau? Aprendi com os meus erros. Se os repeti foi porque não aprendi direito à primeira. Não me torturo. A felecidade não é eterna. tal como a vida. Ser feliz não é fácil. Viver não é fácil. Sei que sofrer parece mais acessível, mais fácil porém é muito tóxico. Por isso vivo. Por isso tenho dias de sol brilhante e outros cinza. 
Não vou escrever dor porque isso não é saudável, assim, leio um livro que não rasguei e levo-me em memórias que não esqueci.


Sanzalando

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