Não sei quem foi mais que se lembrou de fazer um calendário divido em quadro, de calor a frio e passando por pontos intermediários. Devia de ser noite frio e chuva e dia calor e sol. Simples como simples seria o meu dia a dia. Assim está carregado de dia não que nem o disco da Kátia Guerreiro. Por acaso o dia não dela é uma versão de encher a alma de alegria. O meu dia não é assim um dia de não devia mesmo ter existido. Acho que ao fim do dia eu estava carregado de 5 mil toneladas de peso na consciência de tanto ser não o dia, que se eu fosse num carro e passasse num viaduto hoje tinha notícias de jornal a dizer que viaduto sucumbiu ao peso da consciência dum condutor, sem razão aparente.
Mas vamos noutra parte deste inverso carregado de frio que leva na meditação ou somente no pensamento mais profundo dum dia acinzentado.
O dia devia ter saído por aquela porta, devagarvinho para nem levantar brisa, não olhar para trás para não deixar nem rasto de saudade, esconder os olhos de gelo invernoso pora não deixar na memória nem a luz dum olhar.
Tem dia que nem um beija-flor me deixava lhe olhar e o zulmarinho se atirava a mim com fúrias de leão.
Mas é inverno de frio de manhã â noite e tenho de me aguentar com o sorriso de quem nasceu para ser assim: levar o mundo para a frente, mesmo quando ele parece quer parar.
Sanzalando
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