"Fio": Um café na Esplanada
carranca
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Usando as garrafas...fazendo novo o Zulmarinho - XXIX Hoje, 17:04
Forum: Conversas de Café
Se eu voltasse ao normal agora, num momento rápido, sinto que poderia rebentar comigo. Sei que a qualquer instante isso vai acontecer. Mas não tem que ser rápido. Eu, aliás, nem tento, porque é bom estar assim e não há nada melhor do que a excitação frenética com que se mergulha na paixão. Eu quero apenas e só regalar-me em teu regaço, perder-me, emergir depois, ver o teu rosto, sentir o teu perfume, passar as minhas mãos em todo o teu corpo, olhar-te nos olhos, mas eu me perdi em dois terços da vida e os meus olhos estão vazios, ansiosos pelo final de alguma coisa. Para já não é possível tocar-te e também sentir-te. Não há vento nem ventanias que me tragam aqui o teu perfume, não há nada que consiga trazer-me de volta tal e qual eu te sonho.
Talvez devesse deitar-me no chão e voltar ao normal, rápido, porque parece não haver outro remédio. Mas a verdade é que eu não quero acordar desta imaginação que me transporta para ti, que me faz ver-te em todos os lados em que ponho o meu olhar.
Eu gostaria que tu soubesses, que através deste Zulmarinho eu estou, como sempre estive, em contacto indirecto contigo.
Se eu usasse o mesmo caminho para te mandar esta mensagem escrita em papel pardo, dentro de uma garrafa qualquer, estou certo que ela teria que ir a rebolar nas profundezas desse Zulmarinho, qual submarino ao fundo, de tanto peso que nela está. Assim sendo, opto por te levar em mão, sujeitando-me a todas as intempéries que se me depararem, todas as barreiras que me queiras levantar, todos os processos que querias mover. Só espero ter tempo nesta metade da vida que ainda falta.
Talvez devesse deitar-me no chão e voltar ao normal, rápido, porque parece não haver outro remédio. Mas a verdade é que eu não quero acordar desta imaginação que me transporta para ti, que me faz ver-te em todos os lados em que ponho o meu olhar.
Eu gostaria que tu soubesses, que através deste Zulmarinho eu estou, como sempre estive, em contacto indirecto contigo.
Se eu usasse o mesmo caminho para te mandar esta mensagem escrita em papel pardo, dentro de uma garrafa qualquer, estou certo que ela teria que ir a rebolar nas profundezas desse Zulmarinho, qual submarino ao fundo, de tanto peso que nela está. Assim sendo, opto por te levar em mão, sujeitando-me a todas as intempéries que se me depararem, todas as barreiras que me queiras levantar, todos os processos que querias mover. Só espero ter tempo nesta metade da vida que ainda falta.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
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