É Outono mas o céu está azul que até me faz pensar está o teu calor. Eu sei que os olhos me estão a enganar. Sinto-o no corpo, misturado com o desejo que me aceites sem ser apenas como mais um meu abrigo para este e outros Outonos. Eu sei que as minhas palavras te possam parecer um pedido de urgência, mas sabes que o não são, como também não são palavras vãs, porque o são palavras claras que te soletro em voz alta despindo-me em liberdade.
É Outono e eu não quero que as coisas continuem tal e qual estão. Ajuda-me a dar mais um passo. Tantos os que eu tenha que dar.
É Outono e eu não quero que as coisas continuem tal e qual estão. Ajuda-me a dar mais um passo. Tantos os que eu tenha que dar.
Sanzalando
Poema do Afinal
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Aqui é Primavera. Além é Verão.
Mais além é Outono. Além, Inverno.
E nos relógios igualmente certos,
Aqui e agora,
O meu marca meio-dia e o de além meia-noite.
Olho o céu e contemplo as estrelas que fulgem.
Busco as constelações, balbucio os seus nomes.
Nasci a olhá-las, conheço-as uma a uma.
São sempre as mesmas, aqui, agora e sempre.
Mas além, mais além, o céu é outro,
Outras são as estrelas, reunidas
Noutras constelações.
(...)
António Gedeão