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28 de novembro de 2008

Zulmarinho de Outono


Faz frio que me dizem que é de Outono. Não preciso vê-lo, mas que o sinto isso sinto. Mas o que eu preciso de ver é mesmo esse de zulmarinho. É impossível evitar, como é impossível evitar de lhe andar mesmo que não lhe toque porque ele parece tem raiva e quer destruir tudo neste Outono. Mas mesmo assim ele me dá calma, uma calma que eu preciso, que me tire desta letargia, introspecção vazia de mim. Fui vê-lo e pareceu-me que ele ainda se recordava de mim. Tentei falar-lhe. Acho que nem eu me conseguia ouvir. O gelo do tempo congelou-me as palavras. Atirei-lhe um beijo. Replicou-me com gotas dum onda mais feroz.
A vida do zulmarinho também tem Outono.


Sanzalando

2 comentários:

  1. Hoje, ler-te, foi ouvir o que tinha para me falar. Também eu lhe falei, esta madrugada, quando já nem eu me conseguia ouvir. Deu-me calma e ficou comigo num vago sabor de maresia que permanece.

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  2. Quero apenas cinco coisas..
    Primeiro é o amor sem fim
    A segunda é ver o outono
    A terceira é o grave inverno
    Em quarto lugar o verão
    A quinta coisa são teus olhos
    Não quero dormir sem teus olhos.
    Não quero ser... sem que me olhes.
    Abro mão da primavera para que continues me olhando.

    Pablo Neruda

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