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3 de dezembro de 2008

Dias de Outono


Disseram-me estava cacimbo. Olhei e estava era mesmo chuva que caia, caté parecia queria acabar toda a água do céu num repentemente. Me resguardei atrás do vidro e mentalmente fui vendo as letras à espera que elas se ordenassem em palavras que eu iria pensar para ti. Esperei ouvindo o bruá da chuva e hipnotizado no acompanhamento do trajecto das gotas. Mas de palavras nem uma. Pensei que ia sair a primeira e que depois logo as outras vinham assim num repente. Parou o bruá e até o céu ficou assim num azul que não sei porquê me pareceu celestial. Deve de ser porque era azul celeste. O silêncio entrou em ambos ouvidos. Mas nenhuma palavra chegou ao meu pensamento. Este é o defeito dos dias de Outono!

foto de Oriza Martins
Sanzalando

2 comentários:

  1. Belo. Nostálgico. http://www.youtube.com/watch?v=KqRSwcO38C4&feature=related

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  2. Ó ribeiras calai-vos anjo negro
    cavaleiros vampiros rosa fria.
    As palavras caíam no Mondego
    era Outono e só ele se despedia.

    Manuel Alegre

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