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21 de março de 2009

me sento por aqui até me deitar

Me sento junto deste mar que um dia lhe baptizei de zulmarinho. É ele, aliás, que faz a ligação entre mim e o outro lado deste eu que deixei para lá da linha recta que é curva.
Cada vez que aqui me sento, cada vez que aqui te falo, minha pronuncia se modifica num cantar bem diferente que até me perguntam donde é que eu sou. Despercebo o quê deste porquê.
A grande verdade mesmo é que eu aqui me sento com vontade de crescer. Impulso natural que eu acredito que é o principio universal da gente: crescer para ser mais completo. A actividade humana está baseada neste desejo de crescer. Procura mais comida, mais roupa, mais luxo, mais beleza, mais saber, mais prazer. Enfim: mais vida.
Aqui sentado eu medito nestas coisas para me conhecer mais num avançar contínuo e interminável. A verdade é que quando o crescimento pára, vem a inevitável morte.
Por isso continuo sentado aqui a meditar até ao dia que um dia eu vou me deitar, já sem forças para saber mais.

Sanzalando

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