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29 de março de 2009

o vento lhas levou

O vento forte que sopra faz dias não deixou nem uma flor para eu admirar na minha pequena Pitangueira. Se despiu. Ficou uma pitangueira pequenina sem flores e quase sem folhas a minha pobre Pitangueira. E foi mesmo assim a pensar nela que eu fui ver o mar. Eu lhe veria se pudesse abrir os olhos. Mas a areia fina que o vento rouba na praia não me deixa nem ver se é dia ou noite, quanto mais ver o mar. Encho o peito de ar e sopro com tanta força contra o lado donde vem o vento, a tentar lhe mandar lá para trás, mas parece eu o enfureci ainda mais, que até parece ele sopra com mais força que nem o meu ar sai da boca.
Vento forte que roubaste as minhas flores de pitangueira e me roubas o olhar do mar.
Assim, de olhos fechados, de pensamento encerrado na tristeza de não ter mais flores na minha Pitangueira, sinto uma forte loucura em pensar-te, em desejar-te o calor e sentir o meu suor abafado na tua humidade.
Assim, encerrado em mim, palmeando os teus caminhos e as tuas saudades, que já não tenho recordações físicas senão memórias.



Sanzalando

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